Bolsonaro privilegia Carluxo e descarta comunicação oficial da Presidência

Enquanto o Twitter se torna o principal canal de comunicação da Presidência, contas institucionais apenas repercutem as iniciativas do governo. Ao longo do ano, Bolsonaro também enfraqueceu órgãos e cargos ligados ao tema

Foto: Reprodução/FacebookCréditos: Redes Sociais
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No decorrer de seu primeiro ano de mandato, o presidente Jair Bolsonaro enfraqueceu a comunicação institucional da Presidência e colocou em segundo plano os canais oficiais do governo. Desta forma, Bolsonaro tomou o protagonismo de sua comunicação através do uso massivo das redes sociais, todas supervisionadas pelo filho Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). O Twitter, por exemplo, é o principal difusor do Palácio do Planalto no universo digital, com informações, manifestações e anúncios, enquanto as contas institucionais apenas replicam ou repercutem as iniciativas do governo. Ainda, o presidente enfraqueceu a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), principal intermediário com a imprensa, ao realizar por conta própria e sem auxílio de assessores duas entrevistas diárias na porta do Palácio da Alvorada, além de uma live semanal nas redes sociais. Outro exemplo de enfraquecimento da comunicação oficial foram as quatro trocas do secretário de imprensa do Planalto, cargo que desde agosto está vago e não tem previsão de ser preenchido. O secretário de imprensa era o responsável por fazer o meio de campo entre os veículos de comunicação e o governo federal. Apesar de assumir o papel de porta-voz de seu governo, diversas foram as vezes que Bolsonaro se negou a responder perguntas da imprensa e exigiu, em troca, que jornais publicassem sua versão dos fatos. O presidente também colocou fim nos cafés da manhã realizados com jornalistas, estratégia criada no início da gestão pelo porta-voz, general Otávio Rêgo Barros, na tentativa de aproximar o presidente da imprensa. Procurado pela Folha de S.Paulo, o Palácio do Planalto nega que haja um esvaziamento dos canais institucionais e diz que a comunicação do presidente com a população brasileira e com a imprensa permanece "ativa e dinâmica".