Bolsonaro quer acabar com isolamento social em pequenas e médias cidades

Sob pressão, ministro Luiz Henrique Mandetta é contra qualquer flexibilização antes de estruturação do sistema de saúde. "Se tiver que chegar a esse momento, eu vou assinar essa medida provisória, diz Bolsonaro

Sérgio Moro, Paulo Guedes, Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta (Foto: Carolina Antunes/PR)
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Jair Bolsonaro quer acabar com o isolamento social, principal medida de contenção para propagação do coronavírus, em pequenas e médias do Brasil.

Segundo o jornal O Globo, Bolsonaro estaria pressionando o Ministério da Saúde para que estabeleça critérios para flexibilizar a medida e liberar a abertura do comércio nessas localidades. O presidente ainda estuda se tomará a medida por decretou ou Medida Provisória.

Para Bolsonaro, em um país continental como o Brasil, não é possível estabelecer uma única norma para diferentes realidades.

Em queda de braço com o presidente, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, defende que qualquer tipo de flexibilização de medidas restritivas só pode ser executada a partir do momento que o sistema de saúde estiver bem estruturado.

A avaliação no Ministério da Saúde é a de que, para que haja qualquer tipo de liberação das atividades, será preciso estabelecer uma série de requisitos —entre os quais, por exemplo, a quantidade de leitos de UTI disponíveis naquela localidade.

Uma das maiores preocupações é o deslocamento de profissionais para as chamadas "cidades-dormitórios", que não concentram casos da Covid-19, mas podem se tornar centros de disseminação a partir do vai e vem de trabalhadores que atuam em grandes centros.

"Eu, como chefe de Estado, tenho de decidir. Se tiver que chegar a esse momento, eu vou assinar essa medida provisória. Agora, sei que tem ameça de tudo o que é lugar para cima de mim se eu vier a assinar. Até de sanções tipo buscar um afastamento, sem qualquer amparo legal para isso", disse Bolsonaro em entrevista à rádio Jovem Pan na quinta-feira (2).