Bolsonaro quer criar novo partido coletando assinaturas em grupos de WhatsApp

Defensor do voto impresso para evitar fraudes nas eleições, Bolsonaro pretende fazer a coleta de assinaturas por aplicativo de celular, onde os filiados fariam a adesão por leitor de digitais

Bolsonaro com Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni (Foto: Carolina Antunes/PR)
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Jair Bolsonaro quer usar os grupos de WhatsApp que foram criados durante a campanha eleitoral para propagar fake news para mobilizar apoiadores e captar 500 mil assinaturas necessárias para registro da legenda entre 3 e 4 meses, a tempo de lançar candidatos nas eleições municipais do ano que vem. Defensor do voto impresso para evitar fraudes nas eleições, Bolsonaro pretende, no entanto, fazer a coleta de assinaturas por aplicativo de celular, onde os filiados fariam a adesão por leitor de digitais, segundo reportagem da BBC Brasil. O nome do partido deve ser Aliança pelo Brasil. "É um nome que tem tudo a ver com muitas pautas do presidente. As alianças do matrimônio, a aliança que Jesus fez com a Igreja, a Tríplice Aliança (1864-1870) dos militares, a aliança a ser construída com os eleitores e com os parlamentares, a aliança entre os poderes. Fazer uma composição em prol do país", disse à BBC uma pessoa que participa do projeto. TSE Para ter possibilidade de concorrer já nas próximas eleições, o registro do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve ser feito já em janeiro de 2020. No entanto, a adesão por meios digitais ainda esbarra na Justiça Eleitoral, que ainda não tem uma resolução precisa sobre o tema. A última alteração nessa resolução ocorreu em junho de 2018, e foi relatada pelo então ministro Admar Gonzaga - que hoje é um dos advogados eleitorais de Bolsonaro - em prol da permissão das assinaturas digitais. Em dezembro de 2018, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) formulou uma consulta ao TSE sobre a possibilidade de usar um outro mecanismo - a chamada assinatura digital - para coletar apoios a um novo partido. A consulta ainda não foi decidida pela corte.