O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou neste sábado (21), durante conversa com a imprensa, que o pedido de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes "não é revanche".
"Fiz tudo dentro das quatro linhas da Constituição. Engraçado: quando entro com uma ação no Senado, fundada no artigo 52 da Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa, no inquérito do fim do mundo, me bota lá, ninguém fala nada. Não é revanche", declarou o presidente à CNN Brasil.
Em seguida, Bolsonaro declarou que "cada um tem que saber o teu lugar só para poder viver em paz e harmonia, se cada um respeitar o próximo e saber que tem um limite… o limite é a nossa Constituição, eu cumpri todos. Não tem um só ato meu fora dessas quatro linhas".
O ato do presidente, de protocolar o pedido de impeachment do ministro da Corte no Senado é visto como retaliação por conta da prisão de Roberto Jefferson e da operação da Polícia Federal, que na manhã desta sexta-feira (19) realizou busca e apreensão na casa do cantor Sérgio Reis e de outros apoiadores de Bolsonaro.
A motivação da operação de ontem é a suspeita de atos antidemocrático a serem realizados no próximo 7 de setembro.
“Bolsonaro vai preso se tentar golpe”
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente na CPI da Covid, afirmou em entrevista ao Congresso em Foco neste sábado (21), que o presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) será preso se vier a tentar um golpe. Para ele, já existem fatos que podem configurar crime por parte direta do presidente na condução do combate à pandemia do novo coronavírus.
“Ele acredita que o caminho autoritário é melhor. Bolsonaro realmente mostra um absoluto desapreço pela democracia, pelas instituições e não quer fazer um esforço pela democracia de negociar, dialogar, ouvir a sociedade. Isso aponta para uma postura golpista, então eu acredito que Jair Bolsonaro possivelmente tentaria um golpe”, declara o senador. “A postura dele é muito baseada no seu desejo de permanecer no poder, seja através de uma reeleição ou seja através do golpe. Então tudo que ele faz é focado nisso, não tem uma base mobilizada”.