Boulos: “A paciência com esse governo golpista acabou”

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"Nós temos as ruas e nós temos coerência. E, com isso, nós vamos seguir até a vitória", afirmou, sobre a reforma da Previdência e a retirada de direitos do governo Temer, o líder do MTST no ato desta quarta-feira (15) em São Paulo, o maior do dia nacional de paralisações e mobilizações  Por André Catto, colaborador da Rede Fórum O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi incisivo em seu pronunciamento na avenida Paulista, na noite desta quarta-feira (15), durante o maior ato realizado contra a reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer. A manifestação reuniu mais de 200 mil pessoas, que entoaram gritos de “Fora, Temer” e “Diretas já”. “A paciência com esse governo golpista acabou. Esse foi o recado das paralisações, das mobilizações de norte a sul deste País”, disse Boulos, que classificou os atos desta quarta como “um tremendo ‘não’ do Brasil” contra a reforma da Previdência. “Nós vamos ter que continuar numa luta árdua, numa luta dura. Não vai ser fácil. Eles têm a mídia no bolso. Eles têm muitos deputados no bolso. Eles têm a maior parte do Judiciário no bolso. Mas nós temos as ruas e nós temos coerência. E, com isso, nós vamos seguir até a vitória”, finalizou o líder. Confira a íntegra do pronunciamento:
Hoje é um dia histórico. É um marco para a nossa luta, porque hoje o Brasil parou. Uma coisa é quando vão às ruas apenas os movimentos sociais. Outra, é quando os trabalhadores e o povo da periferia entram em campo. E, hoje, o nosso povo entrou em campo. A paciência acabou com esse governo golpista. Esse foi o recado das paralisações, das mobilizações de norte a sul deste país. E as nossas lutas, hoje, tiveram um foco muito claro, que é a reforma da Previdência. Nós temos que chamar as coisas pelo nome: a reforma da Previdência é o fim da aposentadoria do povo trabalhador do Brasil. E hoje foi um tremendo “não” do Brasil todo contra essa reforma. Mas não é só aqui [em São Paulo], não foi só hoje. Nós vamos cobrar cada deputado que está a favor da reforma e vamos à base deles para dizer que deputado contra a aposentadoria não terá voto do povo no ano que vem. Mais do que isso: se eles insistirem em votar esse absurdo, no dia da votação, nós vamos tomar Brasília e não vamos deixar isso acontecer. (...) Nesta mesma avenida, durante 22 dias, os sem-teto ficaram acampados e deram a lição importante de que, com mobilização e com luta, é possível derrotar este governo golpista de Michel Temer. A mesma lição que deram as mulheres no fim dos atos do dia 8 de março e a lição que deram várias categorias de trabalhadores e trabalhadoras no dia de hoje. A nossa luta não para por aqui. Hoje, nós tomamos a avenida Paulista, porque hoje está aqui o povo que tem moral de tomar as ruas de cabeça erguida. Porque tem gente que está dizendo que vai voltar para a rua, mas não tem moral, praticou estelionato, (...). Eles têm que voltar debaixo da cama, porque a rua vai continuar sendo nossa. Este dia de hoje me faz pensar na nossa continuidade. Nós vamos ter que continuar numa luta árdua, numa luta dura. Não vai ser fácil. Eles têm a mídia no bolso. Eles têm muitos deputados no bolso. Eles têm a maior parte do Judiciário no bolso. Mas nós temos as ruas e nós temos coerência. E, com isso, nós vamos seguir até a vitória.