Brasil protege Trump e defende polícia em reunião sobre assassinato de George Floyd na ONU

Embaixadora do governo Jair Bolsonaro minimiza o racismo com frases vazias e ajuda a evitar comissão internacional de inquérito

Foto: Alan Santos/PR
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O Brasil defendeu o presidente dos EUA, Donald Trump, na ONU e alertou que não se pode singularizar uma só região ou país do mundo ao tratar do racismo. A declaração do Itamaraty foi dada em reunião extraordinária do Conselho de Direitos Humanos da ONU, nesta quarta-feira (16), convocada para debater a violência policial e o racismo diante do assassinato de George Floyd por um policial branco, nos EUA.

O governo Jair Bolsonaro não dirigiu qualquer palavra de apoio à família de Floyd e não citou os protestos em todo o mundo. Os representantes do Brasil, preferiram indicar a necessidade de reconhecer o papel da polícia.

O encontro deveria aprovar proposta do grupo de países africanos para a criação de uma comissão de inquérito internacional para investigar os crimes cometidos nos EUA e em outros países com situação semelhante. No entanto, aliados dos EUA argumentam que o tema não deve particularizar uma país e defendem um resolução genérica, que, consequentemente, não terá consequências significativas.

"O racismo não é exclusivo a nenhuma região específica", afirmou a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo. Segundo ela, trata-se de um problema "enraizado em diferentes partes do mundo, afetando uma ampla proporção da humanidade". "Nenhum país deve ser singularizado nesse aspecto", defendeu.

Azevedo defendeu a polícia, amplamente criticada por praticamente todos os demais embaixadores. "A conscientização é tão importante quanto reconhecer o papel indispensável das forças policiais para garantir a segurança pública e proteger o direito a uma existência pacífica e segura, o direito à própria vida", disse a embaixadora brasileira, que também minimizou o racismo e a situação no Brasil com frases vazias.

Posicionamentos como o do Brasil adiaram a discussão para a próxima quinta (18), com risco de que nenhuma resolução seja aprovada.

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