Caminhada em SP reivindica direitos de lésbicas e bissexuais

"A Parada LGBT tem 18 trios elétricos e nenhum é lésbico", explica Natália Ribeiro, uma das organizadoras da caminhada e integrante da Marcha Mundial de Mulheres

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"Em vez de a gente competir com um movimento gigante constituído por homens, a gente prefere fazer a caminhada um dia antes, para reivindicar as nossas bandeiras, a nossa cara e a nossa representatividade. A Parada LGBT tem 18 trios elétricos e nenhum é lésbico. Agora, uma Parada LGBT sem nenhuma representatividade lésbica, quer mais motivo para essa caminhada existir?", explica Natália Ribeiro, uma das organizadoras da caminhada e integrante da Marcha Mundial de Mulheres Por Agência Brasil Lésbicas e bissexuais fazem hoje (6) uma caminhada pela Avenida Paulista. A manifestação começou na Praça do Ciclista, próximo à Avenida da Consolação, e segue até o Largo do Arouche, no centro de São Paulo. As lideranças estimam em 300 o número de manifestantes. A Polícia Militar não informou quantas pessoas participam. A manifestação ocorre um dia antes da Parada LGBT -  Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros - que também será na Avenida Paulista. "Em vez de a gente competir com um movimento gigante constituído por homens, a gente prefere fazer a caminhada um dia antes, para reivindicar as nossas bandeiras, a nossa cara e a nossa representatividade. A Parada LGBT tem 18 trios elétricos e nenhum é lésbico. Agora, uma Parada LGBT sem nenhuma representatividade lésbica, quer mais motivo para essa caminhada existir?", explica Natália Ribeiro, uma das organizadoras da caminhada e integrante da Marcha Mundial de Mulheres. Essa é a 13a edição da caminhada que conta com diversas atividades culturais no Largo do Arouche. O tema deste ano é "Nenhuma mulher ficará para trás: todas contra o racismo, machismo, bifobia, lesbofobia e transfobia!" Natália destaca a importância de levar esclarecimentos à população como forma de combater a discriminação. "A gente tem o fato de ser mulher, ser lésbica e boa parte das nossas companheiras é negra. A partir do momento em que você se destaca como lésbica, a primeira coisa que você se preocupa é com a família, que não aceita. Meninas são expulsas de casa, sofrem depressão, elas se matam, não têm apoio de ninguém", disse. Para a feminista, ainda existe preconceito em vários setores da sociedade. "As lésbicas sofrem muito preconceito para conseguir um emprego. Elas não podem assumir a identidade, como cortar o cabelo, pois assim a chance de conseguir um emprego cai", disse ela. Foto de capa: Facebook Narumi T.