Para promotor, condenação é "reposta que a sociedade dá" pelo Massacre do Carandiru

Réus vão recorrer da sentença e aguardarão em liberdade

Após 20 anos, policiais militares da Rota são condenados pela morte de 13 dos 111 presos, no caso conhecido como Massacre do Carandiru (Foto: Divulgação)
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Réus vão recorrer da sentença e aguardarão em liberdade Por Igor Carvalho [caption id="attachment_23162" align="alignleft" width="480"] Após 20 anos, policiais militares da Rota são condenados pela morte de 13 dos 111 presos, no caso conhecido como Massacre do Carandiru (Foto: Divulgação)[/caption] À 1h15 da madrugada deste domingo (21), 20 anos, seis meses e 19 dias depois do Massacre do Carandiru, saiu a sentença dos 26 policiais acusados de assassinar 13 presos no 2º pavimento do pavilhão 9, em 1992.  O juiz José Augusto Nardy Marzagão, que presidiu o julgamento, fixou a pena dos 23 réus condenados em 156 anos de prisão em regime fechado, porém, os réus vão poder recorrer em liberdade. Releia:  Carandiru, a tragédia 20 anos depois Um sistema que não funciona A sentença estipulada para cada réu respeitou o mínimo exigido para homicídios no Código Penal, 12 anos, número multiplicado pela quantidade de vítimas. Todos os 23 condenados pertenciam à Rota na época do massacre. Três dos 26 réus foram absolvidos a pedido da promotoria, pois não estariam no 2º pavimento. Duas das 15 vítimas foram retiradas do processo, pois teriam sido assassinadas por arma branca, o que isenta os policiais que portavam apenas arma de fogo, segundo o promotor Fernando Pereira da Silva. Após a leitura da sentença pelo juiz José Augusto Nardy Marzagão, a advogada dos 23 policiais condenados, Ieda Ribeiro de Souza, disse que a decisão não é “a vontade da sociedade”. Ela afirmou que vai recorrer da decisão, por entender que “há uma decisão manifestamente contrária à prova dos autos". "Eu não posso ter um crime qualificado quando tenho policiais nessa tropa feridos”, disse. Já o promotor Pereira da Silva afirmou que a condenação é uma resposta que a sociedade dá “no sentido de reconhecer que o que houve no pavilhão 9, no dia 2 de outubro de 1992, foi um massacre”. O julgamento foi desmembrado em quatro,um para cada pavimento. Ao todo, são 79 réus, todos militares à época. Com agências