Carlos Giannazi convoca Bia Doria para esclarecer na Assembleia fala sobre morador de rua 'gostar' da situação

Deputado do PSOL também apresentou projeto de lei que substitui mulher do governador por conselho deliberativo especializado no comando do Fundo Social

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O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL-SP) apresentou requerimento solicitando a convocação da presidente do Fundo Social de São Paulo, Bia Doria, para prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa do estado (Alesp). Segundo o documento, o parlamentar pede que a primeira-dama paulista explique "as ações em defesa de vulneráveis durante a pandemia de covid-19" realizadas pelo fundo e a "sua recente manifestação, em entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes, na qual afirmou que pessoas em situação de rua gostam de viver assim".

No dia 3 de junho, Bia Doria chocou a internet ao afirmar que morador de rua escolhe ficar na rua por “capricho”: “Não é correto chegar na pessoa que está na rua e dar marmita, porque a pessoa tem que se conscientizar que ela tem que sair da rua”, disse a mulher do governador João Doria (PSDB).

Ela afirmou ainda que “a rua hoje é um atrativo, as pessoas gostam de ficar na rua”. Bia apareceu no vídeo ao lado da socialite Val Marchiori, que corroborou as afirmações. Criticada nas redes sociais, a primeira-dama alegou que a fala foi tirada de contexto.

Giannazi protocolou o requerimento na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais da Alesp. Segundo o parlamentar, a gravidade das falas de Bia Doria sobre as pessoas que devem ser ajudadas pela entidade que ela preside justifica a convocação.

O deputado também apresentou um projeto de lei para alterar a escolha do comando do Fundo Social, habitualmente a cargo da mulher do governador. De acordo com o PL 439, a entidade seria dirigida por um Conselho Deliberativo, composto de sete membros, sem remuneração, com mandatos de dois anos.

Governador do Estado, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Social, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Cidadania, da Participação e das Questões Sociais da Alesp, a Defensoria Pública do Estado, o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana indicariam um representante cada.

Outros dois seriam representantes da sociedade civil, escolhidos por sua reconhecida atuação social. O presidente do conselho seria eleito entre os membros.