Casos de coronavírus fora da China desatam crise política na OMS

Ainda não está decretada oficialmente uma “emergência global”, o que também gerou críticas que não são novas em se tratando da OMS. Epidemias registradas em anos anteriores também levaram a crises políticas na entidade, e pelo menos motivo: a demora em se decretar emergência global quando há indícios claros a respeito

Edifício sede da OMS, em Genebra (Foto: Divulgação)
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A descoberta de novos casos de pessoas infectadas com coronavírus em países como Laos, Canadá e Alemanha, além de suspeitas no Equador, África do Sul e Austrália, fazem com que o surto da doença já seja de proporção mundial, e colocam em xeque a postura que a OMS (Organização Mundial da Saúde) vinha tomando até o momento. Nesta segunda-feira (27), a entidade publicou um comunicado afirmando que o coronavírus representa um “elevado risco global”, e um “risco muito elevado” na China. Também admite que houve erro de avaliação nos alertas emitidos durante a semana passada, no qual classificaram o risco global como apenas “moderado”. Contudo, ainda não está decretada oficialmente uma “emergência global”, o que também gerou críticas que não são novas em se tratando da OMS. Epidemias registradas em anos anteriores também levaram a crises políticas na entidade, e pelo menos motivo: a demora em se decretar emergência global quando há indícios claros a respeito. Por exemplo, em 2014, a OMS se tardou quatro meses em instalar a emergência no caso do vírus ebola, que se espalhou por quase todo o Oeste da África. Até o momento, a China já registrou quase 3 mil casos oficiais de pessoas infectadas com o coronavírus, além de mais de 30 mil pacientes que estão em observação. O número de mortes até agora é de 81. Fora do país, já foram identificados casos em nações como México, Estados Unidos, Canadá, França e Alemanha, além dos vizinhos Laos, Myanmar, Malásia, Coreia do Sul e Tailândia.