Centrais reúnem 2 milhões em SP em luta contra a emenda 3

As manifestações do 1º de maio em São Paulo reuniram mais de 2 milhões de pessoas e tiveram como mensagem principal a luta contra a precarização das leis trabalhistas contidas na Emenda 3. As duas maiores centrais sindicais, CUT e Força Sindical realizaram atividades que envolveram lazer, cultura e discursos políticos

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As manifestações do 1º de maio em São Paulo reuniram mais de 2 milhões de pessoas e tiveram como mensagem principal a luta contra a precarização das leis trabalhistas contidas na Emenda 3. As duas maiores centrais sindicais, CUT e Força Sindical realizaram atividades que envolveram lazer, cultura e discursos políticos

Por Rodrigo de Carvalho, pelo Vermelho-SP 

As manifestações do 1º de maio em São Paulo reuniram mais de 2 milhões de pessoas e tiveram como mensagem principal a luta contra a precarização das leis trabalhistas contidas na Emenda 3. As duas maiores centrais sindicais, CUT e Força Sindical realizaram atividades que envolveram lazer, cultura e discursos políticos.

O debate contido no projeto da Emenda 3, aprovada no Congresso Nacional, é um dispositivo que altera a fiscalização trabalhista nas empresas, flexibilizando a possibilidade dos patrões em não cumprir a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas. O governo Lula deve vetar a proposta aprovada e as organizações sindicais se mobilizam para garantir o veto.

CUT mobiliza 800 mil pessoas A CUT mobilizou 800 mil trabalhadores, segundo a organização do evento, que contou com artistas renomados e discursos inflamados. O 1º de Maio foi realizado no centro de São Paulo, na avenida São João, depois de muita briga em torno do local do evento (a prefeitura e a justiça proíbiram a atividade na avenida Paulista).

O presidente da UNE - União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petta enalteceu os jovens trabalhadores, demonstrando que está nesta faixa de idade as maiores dificuldades de se conseguir emprego. Petta aproveitou para fazer críticas ao projeto de redução da maioridade penal (aprovada no Senado na última semana), conclamando o governo a ampliar os investimentos na educação básica, média e superior, como alternativa para combater a violência no Brasil.

O vice-presidente da CUT, Wagner Gomes, destacou a memória do ato do 1º de Maio, como um momento de luta em que milhões de trabalhadores se mobilizam para garantir seus direitos e lutar contra as injustiças sociais no mundo inteiro. Gomes lembrou das manifestações contra a emenda 3, em São Paulo, na última semana e condenou a truculência do governo José Serra, que demitiu grevistas metroviários.

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, fez um discurso pautando a necessidade do Brasil criar condições para o desenvolvimento nacional. Rabelo afirmou que o PCdoB apóia o governo Lula, principalmente para que dê certo os projetos do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento e dos investimentos para o programa nacional de educação. O comunista ainda destacou a importância da CUT em estreitar relações políticas com os partidos progressistas e as demais entidades dos movimentos populares, como instrumento de unidade e transformação da sociedade brasileira.

O presidente da CUT nacional, Artur Henrique, também se manifestou contra a Emenda 3 e a proposta de reajuste de 1,5% para o funcionalismo público, contido no PAC. Artur disse que a CUT não permitirá retrocessos na legislação trabalhista.

Participaram do ato da CUT ministros, como Marta Suplicy (Turismo), Luiz Marinho (Previdência) e carlos Lupi (Trabalho), políticos (a maioria ligados ao PT) e entidades dos movimentos sociais.

Força reúne 1,3 milhão de pessoas A atividade de 1º de Maio da Força Sindical reuniu 1,3 milhão de pessoas no Campo de Bagatelle, região norte da capital paulista. Sob o comando de Paulinho da Força, houve shows, atividades festivas e um ato político que contou com a participação de ministros do governo Lula, políticos de diversas correntes (PDT, PSB, PCdoB, PT, PR, etc.) e ativistas sindicais.

O principal momento do ato foi a fala do ministro do Trabalho, Carlos Lupi que afirmou todo dia eu leio editoriais me chamando de atrasado e de retrógrado porque defendo a CLT - Consolidação das Leis do Trabalho. Agora é meu direito defendê-la. Que trabalhador vai abrir mão do seu 13º e das férias remuneradas. Que trabalhadora vai abrir mão da licença maternidade?. Lupi também disse que deve ser concluído até o final de maio o projeto de lei do executivo que regulariza o funcionamento das centrais sindicais.

3 mil participaram da manifestação na Praça da Sé Pela manhã houve a manifestação de 1º de Maio mais contundente ao governo Lula, organizada principalmente por entidades e movimentos que marcam posição contrária aos projetos federais. Com uma organização eclética, onde participaram movimentos ligados ao MST, Conlutas e integrantes da Noca Central e CSC. O ato teve como eixo dos protestos a luta contra as possíveis propostas conservadoras de reformas previdenciária,sindical e trabalhista.

Todas as manifestações foram pacíficas, não havendo incidentes e contando com ampla participação popular.

(Vermelho, com Agências.)