Chávez lança campanha pela reeleição por período indefinido na Venezuela

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou que pretende permanecer no poder até, pelo menos, 2019 e autorizou partidários a iniciar uma campanha para promover uma reforma constitucional que permitirá a reeleição presidencial por período indefinido. As informações são da BBC Brasil.

O projeto foi barrado nas urnas durante referendo realizado no ano passado, quando Chávez pretendia estabelecer as bases para a consolidação do “socialismo do século 21”. Ao sair derrotado, o presidente disse que não se candidataria à reeleição, mas ontem, 30,  ele afirmou que a vitória da oposição em alguns governos e prefeituras durante as eleições regionais do domingo passado, 23, o levaram a mudar de idéia.

“Vendo mais claramente as ameaças que se aproximam do povo venezuelano com estes fascistas que porque ganharam governos estaduais e prefeituras iniciaram uma campanha contra o povo, eu digo que vocês têm razão. Chávez não se vai, Chávez fica. Dou minha autorização ao Partido Socialista Unido da Venezuela, ao povo venezuelano, para que iniciem o debate e as ações para alcançar a emenda constitucional para a reeleição do presidente da República”, afirmou.

Pouco antes de anunciar a proposta, o presidente venezuelano leu um relatório no qual enumerou atos de violência de opositores contra médicos cubanos que atuam no país e contra os programas sociais que são principal ponto das políticas do governo.

"Vamos conseguir [a reforma], para mostrar quem manda na Venezuela", disse. Reeleito em 2006, Chávez teria de deixar o governo em 2013, já que a atual Constituição do país prevê apenas uma reeleição presidencial.

Com a reforma constitucional, o período para a reeleição presidencial seria indefinido e Chávez poderia concorrer, sem limites de candidaturas, à reeleição para a Presidência da República. "Se Deus quiser e me dar vida e saúde estou pronto para estar com vocês até 2019, até 2021", disse.

O governo mantêm o poder em 17 dos 22 estados do país e em 76% das prefeituras da Venezuela. A oposição, por sua vez, venceu nos estados considerados mais importantes economicamente e com maior população. Apesar disso, o governo recuperou nas últimas eleições regionais mais de 1,3 milhão de votos em relação ao referendo do ano passado, quando Chávez não conseguiu atrair mais de 4,2 milhões de eleitores às urnas.