Chico Whitaker: camponeses oprimidos e povos da floresta são destaques do FSM

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Um dos idealizadores do Fórum Social Mundial, Chico Whitaker, da Colissão de Justiça e Paz, destaca a participação popular e indígena em Belém. Em entrevista à Fórum por telefone, ele revelou-se entusiasmado pela participação de um número muito maior do que o esperado. Antes do evento, 92 mil pessoas haviam se inscrito pela internet, mas os cadastros continuaram presencialmente e, apesar de o Comitê organizador não divulgar o balanço oficial, calculam-se em 100 mil participantes.

"Os movimentos populares em Belém e os mais oprimidos do campo e de áreas indígenas comparecem com força no evento", explica. "Das discussões de grupos indígenas estão saindo projetos inovadore aue apontam para mudanças de paradigmas na ação do movimento", completa.

Em relação à participação indígena, Whitaker lembra que os andinos têm presença política mais forte. "Eles têm capacidade de fazer propostas mais elaboradas e aprofundadas por estarem organizados há mais tempo, no caso da Bolívia, até elegeram um presidente", sustenta. "Mas as articulações entre eles e com os povos do Brasil e dos Estados Unidos serão importantes. A maior presença deles é a marca do Fórum".

Whitaker ressaltou, porém, que ainda é cedo para avaliar o impacto dessas alianças, já que até quarta-feira, 28, além da marcha, as atividades autogestionadas estavam voltadas para a questão Pan-Amazônica. A partir desta quinta, 29, um número muito maior de oficinas ocorrem simultaneamente.

Ele destacou os encontros fora da programação, quer dizer, as conversas entre ativistas que se encontram ou se conhecem em uma atividade e iniciam relações que podem culminar em redes ou outros tipos de mobilização.