China questiona presença de entidade de juristas evangélicos brasileiros na ONU

Governo de Pequim solicitou à Associação Nacional de Juristas Evangélicos que comprovasse o alcance global da sua atuação, para assim justificar a entrega do status oficial, que significa um espaço privilegiado na ONU

Foto: Wikipedia/Commons
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A tentativa da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos) de ser considerada órgão consultivo com status oficial da ONU (Organização das Nações Unidas) encontrou um grande obstáculo: a China. Em reunião nesta segunda-feira (20), em Nova Iorque (EUA), o governo de Pequim solicitou à entidade brasileira que comprovasse o alcance global da sua atuação, para assim justificar a entrega do status oficial, que significa um espaço privilegiado na ONU. A Anajure, que iniciou o processo de credenciamento em 2017 – mas que só contou com maior apoio do governo brasileiro a partir da posse de Jair Bolsonaro –, esperava que o status oficial como órgão consultivo fosse outorgado nesta semana, após reunião na sede do organismo multilateral, também em Nova Iorque. O pedido chinês é um freio, mas ainda não impede a entidade evangélica de alcançar o seu objetivo a médio ou longo prazo. Caso consiga o status oficial, ela poderá designar seus representantes em órgãos ligados à ONU em Nova Iorque e em Genebra, submeter declarações por escrito ou ser consultada em conflitos e processos internos, além da presença em si dentro da ONU, que permite a participação em debates e a capacidade de fazer lobby por seus interesses. A Anajure tem prazo até maio para responder os questionamentos da China, e terá que convencer os asiáticos para que o processo seja desbloqueado.

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