“As cicatrizes podem ser superadas porque hoje temos uma democracia”, diz Dilma Rousseff

Em discurso, presidenta declarou que é preciso lembrar a história como forma de um processo humano e de homenagem àqueles que tombaram na luta

(Foto: ABr)
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Em discurso, presidenta declarou que é preciso lembrar a história como forma de um processo humano e de homenagem àqueles que tombaram na luta Por Redação Em discurso realizado hoje (31) no Palácio do Planalto, presidenta Dilma Rousseff comentou a respeito dos 50 anos do golpe militar que instituiu a ditadura no Brasil em 1964, e declarou que se faz necessário lembrar e contar o que aconteceu neste período no Brasil. “O dia de hoje exige que lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos que morreram e desapareceram, aos torturados e perseguidos, a suas famílias, a todos os brasileiros. Lembrar e contar faz parte de um processo muito humano, desse processo que iniciamos com as lutas do povo brasileiro, pela anistia, Constituinte, eleições diretas, crescimento com inclusão social, Comissão Nacional da Verdade, todos os processos de manifestação e democracia que temos vivido ao longo das últimas décadas”, declarou a presidenta Dilma Rousseff. A presidenta também citou a escritora Hanna Arendt, quando esta escreveu que “toda a dor humana pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. As cicatrizes podem ser suportadas e superadas, por que hoje temos uma democracia, podemos contar a nossa história”. Dilma Também lembrou da instalação da Comissão da Verdade. “Nesse Palácio, dois anos atrás, quando instalamos a Comissão Nacional da Verdade, eu disse que se existem filhos sem pais, pais sem túmulos, nunca mesmo pode existir uma história sem voz. E o que dará voz à história são os homens e mulheres livres sem medo escrevê-la. Quem dá voz à história somos nós." A presidenta integrou o grupo VAR – Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária). Dilma foi presa em 16 de janeiro de 1970, à época com 22 anos de idade. Rousseff ficou presa dois anos e dez meses, tendo sido torturada sistematicamente. Em 2001, quando era secretária de Minas e Energia do governo estadual do Rio Grande do Sul, (Olívio Dutra - 1999-2002), Dilma concedeu um longo depoimento sobre os anos do cárcere, que você pode conferir na íntegra aqui.