Ao anunciar o afastamento da atriz Regina Duarte do comando da Secretaria Especial de Cultura nesta quarta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro disse que ela iria para a Cinemateca Brasileira.
No entanto, a instituição responsável pela preservação e difusão do patrimônio audiovisual brasileiro deixou de ser administrada diretamente pelo governo federal há quatro anos. O comando passou para uma organização social, a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), em um modelo que usa características de administração privadas em entidades públicas.
A Acerp poderia contratar Regina, mas uma das principais características do modelo das organizações sociais é a autonomia de gestão. O governo pode nomear Regina para alguns cargos de confiança que lhe restam na nova estrutura, embora sem controle definitivo da administração.
Internamente, o principal cargo existente é o de superintendente da Cinemateca, mas hoje o posto é ocupado por Roberto Barbeiro, indicado pelo Republicanos e com benção do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal.
Uma terceira possibilidade seria romper o modelo atual e retornar o controle da Cinemateca para o governo federal, em que todos os funcionários são indicados diretamente pelo governo.
Além da falta de uma vaga clara para a atriz, o próprio funcionamento da Cinemateca está em causa por falta de recursos. O contrato com a Acerp prevê repasses anuais para a administração do local. No ano passado, o governo Bolsonaro enviou R$ 7 milhões dos R$ 13 milhões previstos.
Com informações do jornal Folha de S.Paulo