Cloroquina pode causar distúrbios psiquiátricos e perturbações psicóticas, diz agência europeia

"Avisa" da União Europeia divulgou resultado de uma revisão sobre o medicamento e alertou que seu uso por pacientes com Covid pode causar até mesmo "comportamento suicida"

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O Comitê de Segurança da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), órgão que equivale à Anvisa no Brasil, divulgou na última sexta-feira (27) um comunicado em que faz um alerta sobre os riscos que o uso da cloroquina e hidroxicloroquina pode oferecer. Entre os riscos citados, estão distúrbios psiquiátricos e até mesmo "comportamento suicida".

A substância é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro contra o coronavírus, apesar de a Organização Mundial da Saúde (OMS) desautorizar o uso do medicamento no tratamento de Covid-19 e especialistas afirmarem que o medicamento não tem eficácia comprovada contra a doença.

No comunicado, a EMA informa que atualizou as recomendações sobre a cloroquina e hidroxicloquina após uma revisão, iniciada em maio deste ano, dos dados disponíveis sobre as substâncias.

"As perturbações psicóticas e o comportamento suicida estão listados nas informações de alguns medicamentos contendo cloroquina ou hidroxicloroquina como efeitos secundários raros ou efeitos secundários que ocorrem com uma frequência desconhecida", diz o texto.

"A revisão confirmou que distúrbios psiquiátricos ocorreram e às vezes podem ser graves, tanto em pacientes com como sem problemas de saúde mental anteriores. Com base nos dados disponíveis, a revisão mostrou que, para a hidroxicloroquina, os efeitos colaterais podem ocorrer no primeiro mês após o início do tratamento. Para a cloroquina, não havia dados suficientes para estabelecer um prazo claro", completa a agência, recomendando a atualização das informações sobre os medicamentos que levam as substâncias.

Confira a íntegra do comunicado, em inglês, aqui.