CNBB de SP faz mensagem de solidariedade a padre Julio, vítima de ameaças

Na mensagem, bispos pedem que autoridades de segurança deem garantia de proteção ao religioso para que ele prossiga com seu trabalho em favor dos pobres

Padre Julio Lancellotti - Foto Reprodução
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A regional paulista da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu na última quarta-feira (16) uma nota de solidariedade ao padre Julio Lancellotti, devido às ameaças que ele vem sofrendo. Lancellotti é o vigário episcopal do Povo de Rua de São Paulo. 

Na terça-feira (15), o religioso divulgou vídeo em suas redes sociais relatando ter sido xingado e ameaçado por um motoqueiro que passou onde ele estava. Segundo o ele, o homem gritou: “Padre filho da puta que defende noia”.  

Na mensagem, os bispos do Regional Sul 1 (que compreende o estado de São Paulo), escrevem que a vida de Lancellotti corre risco. Por isso, pedem que as autoridades estaduais de segurança deem “garantias efetivas de proteção” a Lancellotti. A nota segue dizendo que essa condição é necessária para “para que ele possa continuar realizando seu dedicado trabalho em favor dos pobres da cidade de São Paulo”.  

Os bispos ainda manifestam seu repúdio a “toda agressividade, ódio, violência e discriminação que firam a dignidade humana”. A mensagem é assinada por Pedro Luiz Strighini, bispo de Mogi das Cruzes e presidente da Regional Sul-1, por seu vice, Edmilson Amador Caetano, e pelo secretário do Regional, Luiz Carlos Dias.  

Depois de publicar o vídeo, o padre teve uma onda de solidariedade de diversas entidades e nas redes sociais. 

No vídeo, Lancellotti diz estar em risco cada vez maior depois de ter sido atacado por “alguns candidatos à prefeitura”. 

Como chegamos aqui 

Um dos ataques a que o religioso se refere é o feito pelo deputado estadual Arthur do Val (Patriota), que o chamou de “cafetão da miséria”. Candidato à Prefeitura de São Paulo, Val usou o nome do padre para aparecer para seu eleitorado de direita. Val é do Movimento Brasil Livre (MBL). 

Não contente, ainda mentiu em uma entrevista, dizendo que Lancellotti não conhecia a Cracolândia. Isso depois de, em outra ocasião acusou o padre e integrantes da organização Craco Resiste, que monitora a violência policial na região, de apoiarem ataques de usuários de drogas contra a Guarda Civil Metropolitana.  

Lancellotti diz no vídeo: “Quero deixar claro se me acontecer alguma coisa: se alguém me atingir, se eu for atingido por alguém vocês sabem de quem é a culpa, de quem cobrar”, afirmou. 

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