Co-fundador do Greenpeace Brasil acusa Bolsonaro de “liderar ofensiva contra o patrimônio ambiental do país”

Para Paulo Adário, um dos responsáveis pela criação da filial brasileira da entidade de defesa do meio ambiente, Jair Bolsonaro “escolheu o confronto com a sociedade, e seu governo coloca em xeque o meio ambiente, em nome de um desenvolvimentismo que já se mostrou equivocado”.

Foto: Greenpeace
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O jornalista e ambientalista Paulo Adário é uma das vozes conhecidas do Brasil quando o assunto é meio ambiente. Em 1992, ele foi um dos fundadores a filial brasileira do Greenpeace, iniciativa pela qual uma das maiores organizações ambientais do mundo passou a atuar no país, especialmente em causas relacionadas à defesa da Amazônia.

Em entrevista recente para a agência alemã Deutsche Welle, Adário acusa o governo de Jair Bolsonaro de “liderar uma grande ofensiva contra o patrimônio ambiental do país”.

Entre os argumentos que utiliza para justificar essa opinião, Adário cita a duas iniciativas recentes: a MP 901, que permitiria aos grandes produtores rurais desmatar até 50% das terras da Amazônia (atualmente, o Código Florestal permite 20%), e o PL 191, que prevê a liberação a atividade mineira em terras indígenas.

“O governo Bolsonaro é parecido com a destruição de uma barragem da Vale. Leva tudo”, comenta Adário, durante a entrevista.

Em outro momento, ele analisa a postura sempre agressiva do presidente Jair Bolsonaro, especialmente no que diz respeito a temas ambientais. “Ele lidera uma ofensiva contra o patrimônio ambiental do país, e para fazer isso ser viável, escolheu o confronto com a sociedade brasileira”, analisa.

Sobre a postura do Greenpeace com relação ao governo, Adário diz que “o Greenpeace não escolheu atacar o governo Bolsonaro, que foi democraticamente eleito pela maioria dos eleitores. O que nós somos contra é a maneira como o governo brasileiro está tratando a questão ambiental, que é ligada à democracia”.