Colunista do jornal Metro chama ministra Luiza Bairros de “anta”

Cláudio Humberto acredita que argumento da ministra sobre racismo seja inválido por causa da miscigenação brasileira

Para Luiza, os integrantes dos rolezinhos sofrem discriminação racial (Reprodução / Facebook)
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Cláudio Humberto acredita que argumento da ministra sobre racismo seja inválido por causa da miscigenação brasileira Por Isadora Otoni [caption id="attachment_39791" align="alignleft" width="300"] Para Luiza, os integrantes dos rolezinhos sofrem discriminação racial (Reprodução / Facebook)[/caption] O colunista do jornal Metro, Cláudio Humberto, publicou um texto ofendendo Luiza Helena de Bairros, ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil, após ela se manifestar sobre as recentes repressões ao rolezinho. “A ministra Luiza Bairros (Igualdade Racial) falou bobagem de novo: diz que ‘pessoas brancas’ é que reagem a ‘rolezinhos’ nos shoppings. A anta ignora, mas não deveria, que ninguém é ‘puro branco’ no Brasil”, escreveu o jornalista. Luiza havia se posicionado contra as intervenções judiciais que tentam impedir o movimento. “A liminar consagra um processo de segregação racial do espaço, o que esses jovens conseguiram perceber muito nitidamente”, disse, repudiando a associação de jovens negros a criminosos. “Os problemas que têm havido são derivados da reação das pessoas brancas que se assustam com essa presença”, declarou a ministra. Luiza Bairros, chamada de "anta" pelo colunista, é formada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, possui Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Sociologia pela Universidade de Michigan. Para Jarid Arraes, autora do blogue Questão de Gênero, o argumento sobre miscigenação não anula o racismo. "No último Censo realizado pelo IBGE, 91 milhões de brasileiros se declaram brancos. A percepção da branquitude e da negritude no Brasil não está ligada à análise do DNA de cada pessoa", declarou. "A argumentação precisa partir de embasamento crítico, fazendo também uso de dados, e jamais deve conter ofensas pessoais. É no mínimo preocupante que uma mulher negra tenha sua capacidade intelectual atacada após opinar a respeito do preconceito racial". O Blogueiras Feministas, em sua página do Facebook, também saiu em defesa da ministra: “Acreditamos que o respeito à liberdade de pensamento e a imunidade de crítica não devem ser usados para defender a ideia de que o racismo é apenas uma opinião”.