Com apoio de Israel e dos EUA, Abbas tenta desarmar milícias

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No dia de uma ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza deixou de oito a treze palestinos mortos, dependendo da fonte da informação, o presidente Mahmud Abbas anuncia tentativa de terminar com grupos paramilitares. Apoio de Ehud Olmert e de George W. Bush não resolve problemas do presidente palestino.

Ataques israelenses deixaram pelo menos dez palestinos mortos, incluindo uma criança de 12 anos, na Faixa de Gaza nesta quarta-feira. Entidades palestinas contabilizam outras três mortes em outras áreas. Foi o maior número de mortes desde a tomada de controle da área pelo Hamas, há duas semanas. Os ataques foram em regiões ao norte e sudeste, próximo à fronteira, que escavavam túneis, segundo o exército. Pouco antes, em Ramallah, na Cisjordânia, Mahmud Abbas anunciava o banimento todas as milícias palestinas nos territórios, tanto as partidárias do Hamas quanto as do Fatah. O objetivo é desarmar os grupos e retomar o controle da Autoridade Palestina. Durante os confrontos, os vários acordos de cessar-fogo estabelecidos e descumpridos sugeriam que os líderes de ambos os grupos tinham dificuldades em controlar suas milícias. Críticos ligados ao Hamas apontam que os braços armados da facção rival foram municiados com equipamento bélico pelos Estados Unidos e Israel. A acusação deve se intensificar após a incursão israelense por Gaza com o objetivo de enfraquecer Abbas e o Fatah. O presidente da AP tenta se fortalecer depois da dissolução do governo de coalizão formado com todas as forças eleitas para o Parlamento. Como conseqüência, os repasses de verbas dos Estados Unidos e da União Européia e dos recursos decorrentes de arrecadação tributária por Israel foram retomados. Isso permite a volta de alguns serviços essenciais da estrutura – incluindo segurança –, mantidos, durante o período de governo do Hamas e de coalizão, à base de doações de países árabes – de governos e entidades privadas. Além disso, o grupo fundamentalista mantém uma rede de associações e entidades assistencialistas e de apoio em áreas como educação e saúde. Comunidade internacional O Quarteto, grupo formado por Estados Unidos, União Européia, Rússia e a Organização das Nações Unidas, estabeleceu o ex-primeiro ministro britânico Tony Blair como enviado à região. A tarefa do ministro britânico é fortalecer Abbas, considerado o único capaz de dialogar para a paz com Israel. Porém, internamente, o apoio declarado por Ehud Olmert, o primeiro ministro de Israel, do Kadima (com baixíssima aprovação popular em seu país), e do presidente norte-americano George W. Bush pode ser até desfavorável a Abbas. A falta de resultado das negociações e a precariedade dos serviços prestados pela AP – este último também provocado por corrupção – são atribuídos às imposições de Israel.