Com receio de mobilização, Moro adia depoimento de Lula

Foto: Montagem
Escrito en POLÍTICA el
Com o pretexto de que precisaria de mais tempo para organizar a segurança do local, a Polícia Federal pediu ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, para mudar a data do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até então previsto para o dia 3 de maio, quando havia uma forte mobilização prevista. Moro deve adiar o depoimento de Lula para o dia 10 de maio. Da Redação com Informações da Folha Com o pretexto de que precisaria de mais tempo para organizar a segurança do local, e que o feriado do dia do Trabalho, 1º de maio, dificultaria ainda mais a operação, a Polícia Federal pediu ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba, para mudar a data do depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, até então previsto para o dia 3 de maio. Moro deve adiar o depoimento de Lula para o dia 10 de maio. O PT e movimentos alinhados ao partido preparavam forte mobilização para apoiar o ex-presidente. Caravanas estavam partindo de diversos pontos do país. O processo em que Lula será ouvido é relacionado ao episódio do tríplex em Guarujá, litoral de São Paulo, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido vantagens indevidas da empreiteira OAS. O advogado do petista, Cristiano Zanin Martins, afirmou que os documentos não comprovam as afirmações feitas pelo empresário Léo Pinheiro, sócio da empreiteira OAS, que classificou como uma "versão negociada para agradar" aos procuradores e destravar seu acordo de delação. Na última quarta, a defesa de Lula apresentou documentos de recuperação judicial da OAS em que a empresa afirma ser a proprietária do tríplex do Condomínio Solaris. Segundo Zanin Martins, o material reforça a tese da defesa de que é "impossível que o apartamento seja propriedade de Lula". A defesa de Léo Pinheiro entregou à Justiça Federal do Paraná documentos para tentar comprovar as afirmações de que o ex-presidente foi beneficiado pela reforma do apartamento. Em depoimento na semana passada a Moro, o empreiteiro disse que o apartamento era de Lula. Entre os documentos entregues estão o registro de que dois carros em nome do Instituto Lula passaram pelo sistema automático de cobrança dos pedágios a caminho do Guarujá entre 2011 e 2013. Não há, no entanto, documento que comprove que as viagens tiveram como destino o apartamento. Há também registros de ligações telefônicas entre Pinheiro e pessoas ligadas a Lula, como Clara Ant, Paulo Okamotto, José de Filippi Jr. e Valdir Moraes da Silva (segurança), a partir de 2012. As listas trazem data e duração da conversa, mas não seu conteúdo. Foram anexados ainda e-mails que mostram a agenda de Lula, na qual aparece a previsão de encontros com Pinheiro, e mensagens da secretária do instituto para Okamotto, que preside a entidade, avisando que o empresário havia ligado para falar com ele.