Com maioria do ex-Campo Majoritário, PT realiza 3º Congresso

Tese “Construindo um novo Brasil” tem mais delegados, mas punição ou não a acusados de corrupção permanece como tensão dentro do partido

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Tese “Construindo um novo Brasil” tem mais delegados, mas punição ou não a acusados de corrupção permanece como tensão dentro do partido Por Redação O 3º Congresso do PT acontece a partir desta sexta-feira, 31 de agosto, até domingo, 2 de setembro, em São Paulo. São 936 delegados eleitos nas etapas municipais e estaduais em todo país, mais observadores, convidados e militantes. A tese “Construindo um novo Brasil”, que conta com muitos dos integrantes do antigo Campo Majoritário, tem a maioria dos delegados, 51%. A tese "Mensagem ao partido", da corrente Democracia Socialista (DS), é a segunda com mais representantes, 13% dos participantes com direito a voto. A divisão, porém, não é tão precisa, já que o alinhamento dos delegados não é necessariamente automático. Convocado em meio à crise política de 2005, ainda antes das eleições presidenciais de 2006 quando Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito, o 3º Congresso do PT não deve trazer mudanças profundas de rumo para o partido. Os dois primeiros congressos ocorreram em 1991 e 1999.  A celeuma entre o atual ministro da Justiça, Tarso Genro, e o ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, permanece. Enquanto o primeiro defende punição e afastamento de petistas envolvidos nas denúncias de caixa 2 e de recebimento de recursos do publicitário Marcos Valério – apontado como operador do mensalão –, o ex-presidente do PT prefere deixar a questão para a Justiça. Em meio às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar parte das denúncias do Ministério Público contra petistas como o próprio Dirceu, além de João Paulo Cunha e Luís Gushken, a tensão ganha importância. A posição mantida até agora que restringiu a punição ao ex-tesoureiro Delúbio Soares tende a prevalecer se confirmados os votos dos delegados. A busca por democracia interna e mais interlocução com movimentos sociais e com os intelectuais permanece, mas não há propostas inovadoras entre as teses apresentadas, na análise de articuladores do partido. As teses se posicionam em relação a três tópicos. As definições programáticas e de relacionamento com o governo são discutidas sob o título de “O Brasil que queremos”. A redefinição da linha ideológica é o tema pensado sob a alcunha de “Socialismo petista”, enquanto eventuais mudanças no estatuto do partido são “Concepção e funcionamento do PT”. A Fórum prepara, em sua página na internet, uma ampla cobertura do evento, com entrevistas e informações diretamente do Centro de Exposição Imigrantes.