Comissão da Câmara defende adiamento do Enem e diz que MEC está 'distante da realidade'

Deputados da educação afirmam que fechamento de escolas na pandemia prejudicou estudos e nem todos os alunos têm internet para acompanhar aulas online

Participantes do Enem - Foto: ArquivoCréditos: Reprodução/Commons
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A Comissão Externa de Acompanhamento dos Trabalhos do Ministério da Educação (COMEX/MEC) da Câmara dos Deputados divulgou nesta quarta-feira (6) um manifesto público contra a decisão do Ministério da Educação do governo Jair Bolsonaro de manter as datas do Enem deste ano.

Para os deputados, a pandemia de coronavírus comprometeu este ano letivo, com o fechamento de escolas, bem como agravou as desigualdades educacionais, uma vez que muitos estudantes não dispõem de internet de qualidade para assistir aulas online.

Os parlamentares apoiam o PDL n° 167/2020, que suspende o edital do exame nacional, bem como a urgência na votação deste projeto. Assinam o comunicado os deputados João Campos (PSB-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP), Eduardo Bismarck (PDT-CE), Luísa Canziani (PTB-PR), Professor Israel (PV-DF) e Aliel Machado (PSB-PR).

"O Ministério da Educação mostra-se distante da realidade quando determina a previsão do Enem em pleno contexto de anormalidade devido à pandemia global da COVID- 19. Neste cenário de anormalidade, não é possível e nem justo exigir o mesmo nível de aprendizagem em uma avaliação nacional para estudantes da rede particular e para os rede pública, sobretudo para os menos privilegiados, sem amparo em sua maioria e sem acesso à internet. Ademais, não há definição de um novo calendário escolar, nem de qualquer norte de volta à normalidade das aulas", diz trecho do comunicado.

Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, voltou a defender a manutenção das datas do Enem.

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