Conflito na Síria fez mais de um milhão de crianças refugiadas, diz Unicef

740 mil têm menos de 11 anos; algumas chegaram a atravessar a fronteira sozinhas

Imagem de acampamento de refugiados: centenas de crianças fogem diariamente da guerra civil na Síria (Foto: Nações Unidas)
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740 mil têm menos de 11 anos; algumas chegaram a atravessar a fronteira sozinhas Do Opera Mundi 

O número de crianças que abandonaram a Síria em função dos conflitos armados chegou nesta sexta-feira (23/08) a um milhão. O valor representa metade do total de refugiados do conflito sírio. Mais dois milhões de jovens menores de idade continuam no país, a serem atacados ou recrutados como combatentes, alertaram em comunicado oficial a Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) e o Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para os Refugiados.

[caption id="attachment_29558" align="aligncenter" width="600"] Imagem de acampamento de refugiados: centenas de crianças fogem diariamente da guerra civil na Síria (Foto: Nações Unidas)[/caption]

"Esta milionésima criança refugiada não é apenas mais um número. Trata-se de uma criança com nome e com rosto, que foi arrancada da sua casa, talvez até de uma família, enfrentando horrores difíceis de imaginar”, declarou o diretor executivo da Unicef,  Anthony Lake.

Em comunicado conjunto, as duas agências das Nações Unidas indicaram que muitas crianças refugiadas estão no Líbano, na Turquia, no Iraque e no Egito – países vizinhos à Síria, que falam árabe e são também de maioria muçulmana.

De acordo com especialistas, as crianças apresentam sintomas de estresse, revolta física, medo e  trauma. As agências advertem que essas crianças correm riscos, como o trabalho infantil, o casamento precoce e a ameaça de exploração e tráfico sexual.

“O que está em risco é nada menos do que a sobrevivência e o bem-estar de uma geração de inocentes”, disse o alto comissário do Acnur, António Guterres. “Os jovens da Síria perdem suas casas, membros da família e o futuro. Mesmo depois de atravessar uma fronteira em busca de segurança, continuam traumatizados, deprimidos e a precisar de uma razão para ter esperança.”