Contra terceirização do ensino em Goiás, estudantes também ocupam escolas

Em três dias, três escolas em Goiânia já foram ocupadas pelos secundaristas. Em manifesto, jovens denunciam a falta de diálogo com a sociedade civil: “Este é o projeto de educação deste governo? Fechar escolas e passar as outras para gestão empresarial? Que educação é essa?”

O Colégio José Carlos de Almeida foi fechado no ano passado sem qualquer explicação do governo; estudantes demandam a reabertura da instituição de ensino.
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Em três dias, três escolas em Goiânia já foram ocupadas pelos secundaristas. Em manifesto, jovens denunciam a falta de diálogo com a sociedade civil: “Este é o projeto de educação deste governo? Fechar escolas e passar as outras para gestão empresarial? Que educação é essa?” Por Redação Após cerca de 200 ocupações de escolas estaduais em São Paulo, foi a vez de Goiás entrar na luta por melhorias no sistema público de educação. Desde quarta-feira (9), três escolas já foram tomadas pelos estudantes: o Colégio Estadual José Carlos Almeida (JCA), o Colégio Estadual Robinho Martins Azevedo e o Lyceu de Goiânia. No JCA, primeira escola ocupada, 150 alunos iniciaram o movimento. As informações são das páginas O Mal Educado e Secundaristas em Luta-GO. [caption id="attachment_76788" align="alignleft" width="408"]O Colégio José Carlos de Almeida foi fechado no ano passado sem qualquer explicação do governo; estudantes demandam a reabertura da instituição de ensino. O Colégio José Carlos de Almeida, em Goiânia, foi fechado no ano passado sem qualquer explicação do governo; estudantes demandam a reabertura da instituição de ensino[/caption] Os alunos protestam contra o projeto do governador Marconi Perillo (PSDB) de terceirizar 25% das escolas estaduais (200 instituições) para Organizações Sociais (OSs), como aconteceu em 2011 com o sistema de saúde no estado. Além da privatização, o plano prevê a transferência da gestão de dezenas de colégios à Secretaria de Segurança Pública. Segundo o manifesto, o edital da contratação das OSs está previsto para hoje (11). De acordo com o manifesto dos estudantes, o plano foi posto em prática sem nenhum diálogo com a sociedade civil, “mesmo após três manifestações com centenas de pessoas, sendo que, na última, a secretaria se comprometeu publicamente a chamar um debate público para discutir a implementação das OSs, o que não aconteceu”. Alunos e professores  temem que a terceirização precarize as condições de ensino. Outras críticas são a exclusão dos alunos com maior dificuldade de aprendizado - que seriam remanejados para outras unidades -, a abertura da possibilidade de cobrança de mensalidades, o aumento da quantidade de alunos em sala de aula e a não necessidade de processos licitatórios. Os jovens também pedem a reabertura do Colégio José Carlos de Almeida, o 4º maior do estado, fechado em 2014 “sem qualquer justificativa do governo”. Isso fez com que muitos estudantes se transferissem para o Lyceu, o que resultou em salas superlotadas e, consequentemente, na piora do ensino: “Queremos nossa escola de volta, não há e nunca houve qualquer justificativa para seu fechamento”, concluem os estudantes. Foto de capa: Secundaristas em Luta-GO