Cerca de 1.200 pessoas acamparam, na madrugada desta terça-feira, 26, na área onde o exército iniciou o projeto de transposição do rio São Francisco.
Cerca de 1.200 pessoas acamparam na madrugada desta terça-feira, 26, na área onde o exército iniciou o projeto de transposição do rio São Francisco.
Na segunda, 25, o 2º Batalhão de Engenharia do Exército, instalado em Cabrobó desde o dia 4 de junho, iniciou a primeira fase das obras para a transposição do Rio São Francisco.
Os manifestantes de comunidades indígenas e de remanescentes de quilombolas, além de outros movimentos sociais exigem o arquivamento do projeto e a implementação de alternativas e tecnologias apropriadas de convivência com o Semi-Árido. Segundo Neguinho Truká, da reserva indígena Truká, a mobilização deve servir para impedir o avanço das obras e para a retomada do território pelo povo indígena Truká, que reivindica a posse da terra.
Segundo a Articulação Popular São Francisco Vivo, o acampamento não tem prazo para encerrar e o número de participantes deverá aumentar ao longo do dia.
Manifesto Um manifesto do acampamento intitulado“ Nordeste é Viável sem Transposição e com Ética na Política” pede o arquivamento da transposição e um projeto que atenda as necessidades da população que convive com o Semi-Árido.
Diz o texto assinado por 36 entidades: “O processo transcorrido até aqui não foi democrático nem republicano e desabona o projeto, seus promotores e lobistas: estudos de impacto ambiental formais e incompletos; críticas fundamentadas dos principais especialistas; desrespeito às decisões do Comitê de Bacia; descumprimento do acordo feito com D. Luiz Cappio, ao encerrar a greve de fome, em novembro de 2005, para que houvesse um amplo e sério debate nacional sobre o assunto; incertezas e inverdades quanto as reais motivações do projeto, quanto a seus custos e a quem vai pagar a conta; propaganda enganosa sobre seu alcance”.