O Hospital de Emergências de Macapá, o único pronto-socorro da capital do estado do Amapá, abriga pacientes dividindo o mesmo espaço com os corpos de pessoas que morreram de covid-19, a doença do coronavírus.
A falta de estrutura para atender pacientes com suspeita ou confirmação da doença na pandemia do novo coronavírus foi constatada em fiscalização do Ministério Público do estado.
Uma imagem publicada pelo UOL mostra pelo menos dois corpos no mesmo espaço em que estavam pacientes e acompanhantes. Segundo a reportagem, a imagem foi registrada pela família do taxista Manoel Geraldo Chaves, que morreu na última quarta-feira (6), aos 63 anos.
"É assustador. Morreram cinco ao nosso lado ao longo desses dias. Meu pai via aquela situação e se desesperava, ficando muito nervoso. Parecia que alguma uma hora seria a nossa vez", disse o filho do taxista, José Chaves, ao UOL.
Manoel Chaves era um caso suspeito de coronavírus, ainda sem teste, e morreu na fila por um leito, na posição 35. "Anunciam que tem leito, respiradores, remédios, mas não conseguimos ter uma estrutura para meu pai ter mais chances. Eles alegavam que estavam lotados", completou o filho.
O Amapá é o estado com a maior incidência proporcional do novo coronavírus no país. Até quarta, eram 2.046 infectados confirmados e 56 mortes, segundo o Ministério da Saúde.