Corrupção no metrô paulista: PF investiga o ‘homem-bomba’ do propinoduto

Segundo a Polícia Federal, Fagali Neto seria um dos responsáveis pelo pagamento de propinas de empresas a integrantes do governo paulista

Cartel no metrô de SP foi revelado pela empresa Siemens (Foto: Outras Palavras)
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Segundo a Polícia Federal, Fagali Neto seria um dos responsáveis pelo pagamento de propinas de empresas a integrantes do governo paulista

Da Redação

[caption id="attachment_31780" align="alignright" width="360"] Cartel no metrô de SP foi revelado pela empresa Siemens (Foto: Outras Palavras)[/caption]

A Polícia Federal investiga denúncia de que o consultor José Fagali Neto seria um dos responsáveis pelo pagamento de propinas da empresa Alstom para políticos do governo do Estado de São Paulo. De acordo com reportagem publicada nesta segunda-feira (23), no jornal Folha de S. Paulo, o consultor tinha acesso privilegiado à cúpula da Secretaria dos Transportes Metropolitanos do governo paulista, que lhe fornecia dados internos do Metrô e da CPTM.

A denúncia foi feita pela ex-secretária de Fagali, Edna Flores, que entregou aos Ministérios Públicos federal e estadual e-mails que comprovam a proximidade. Entre os e-mails, há mensagens que mostram que o engenheiro Pedro Benvenuto, atual secretário-executivo do conselho gestor de Parcerias Público-Privadas repassava informações estratégicas do metrô a Fagali. Entre 2006 e 2007, Benvenuto frequentava o escritório do consultor, que é irmão de José Jorge Fagali, serrista e ex-presidente do Metrô na gestão tucana.

Na época, Benvenuto era coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Metrô e CPTM . Em 2006, Geraldo Alckmin (PSDB) era o governador; e José Serra assumiu em 2007.

Ainda de acordo com reportagem da Folha, em junho de 2006, Benvenuto teria repassado planilhas e discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012 e teria sugerido um plano de ações para a futura gestão na área. Duas empresas acusadas pela Siemens de fazerem parte do cartel do Metrô e CPTM, em São Paulo, a Bombardier e Tejofran contrataram os serviços de Fagali Neto e pretendiam conquistar uma PPP de R$ 1 bilhão na CPTM.

O governo da Suíça bloqueou uma conta no nome de Fagali Neto, com saldo de US$ 6,5 milhões, por conta da suspeita de recebimento das propinas. O portal 247 lembra ainda que “as ligações da família Fagali com escândalos tucanos não são propriamente uma novidade”. Em 2009, reportagem de Mário Cesar Carvalho, na Folha, denunciou o bloqueio dos recursos. No entanto, até hoje, os irmãos não foram denunciados. Na época, a reportagem mostrava que a “conta atribuída a Fagali Neto foi aberta no Banque Safdié de Genebra e recebeu perto de R$ 20 milhões. Os depósitos somam US$ 10.558.069 (R$ 19,3 milhões em valores atuais) e 211 mil (R$ 546,4 mil) até setembro de 2003, segundo documentos do Ministério Público da Suíça”.

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