Cortar gastos? Campanha “Gente boa também mata” custou R$ 16,9 milhões. Só a Globo ganhou R$ 3,2 milhões

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De acordo com relatório da Secom da Presidência da República, a TV Globo, sozinha, recebeu R$ 3,2 milhões, fatia que representa 20% do total gasto pelo Planalto com mídia, e 50% de todo o valor destinado aos canais de televisão. Outros veículos do grupo Globo, como GloboNews, Globo FM, CBN e Revista Época, abocanharam, aproximadamente, mais meio milhão de reais Por Sul 21 Cancelada após ser alvo de polêmica, a campanha publicitária “Gente boa também mata” custou quase R$ 17 milhões aos cofres públicos brasileiros. Documentos obtidos pelo vice-líder do PT, deputado federal Paulo Pimenta (RS), via Lei de Acesso à Informação, divulgados nesta segunda-feira (6), revelam que o governo Temer gastou R$ 16,9 milhões em recursos públicos, entre produção (R$ 1,1 milhão) e mídia (R$ 15,8 milhões), com a referida campanha publicitária. De acordo com relatório da Secom da Presidência da República, a TV Globo, sozinha, recebeu R$ 3,2 milhões, fatia que representa 20% do total gasto pelo Planalto com mídia, e 50% de todo o valor destinado aos canais de televisão. Outros veículos do grupo Globo, como GloboNews, Globo FM, CBN e Revista Época, abocanharam, aproximadamente, mais meio milhão de reais. Na categoria “revista”, Veja ficou com a maior quantia, embolsando R$ 203 mil; já no segmento Rádio, a Jovem Pan, somando AM e FM, levou R$ 220 mil. Autor do pedido de informação sobre o dinheiro jogado fora pelo governo Temer, o deputado Paulo Pimenta anunciou que ingressará na Justiça pedindo ressarcimento aos cofres públicos. Segundo Pimenta, por trás da polêmica, há uma suspeita de que essas campanhas publicitárias do governo Temer estejam sendo feitas “às pressas e sem qualquer critério, apenas para injetar milhões nos meios de comunicação, como forma de comprar o silêncio da mídia diante do desastre do atual governo, e ainda como pagamento pelo apoio ao golpe” . A campanha “Gente boa também mata” foi veiculada entre o final de dezembro de 2016 e retirada do ar logo nos primeiros dias de janeiro, após ter virado motivo de protesto e piadas na internet. Alvo de críticas também por profissionais de comunicação, as peças publicitárias se dirigiam de forma ofensiva a determinados grupos de pessoas reconhecidos por promover o bem à sociedade, e relacionar o caráter dessas pessoas a acidentes e mortes no trânsito. A campanha teve o aval do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).