CPI Didática: Os que defendiam o fechamento do STF, agora recorrem a ele

Emanuela Medrades, executiva da Precisa Medicamentos, obteve o direito de permanecer em silêncio no Supremo; medida foi criticada pelos senadores

Emanuela Medrades, da Precisa (Pedro França/Agência Senado)
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A CPI da Covid deveria escutar nesta terça-feira (13) o depoimento de Emanuela Medrades, diretora técnica da Precisa Medicamentos e uma das envolvidas nas negociações da Covaxin.

Porém, na noite desta segunda-feira (12), o STF concedeu habeas corpus que deu o direito à Medrades de permanecer em silêncio.

Momentos antes do início da Comissão, vários senadores comentaram que o habeas corpus do STF era limitado à perguntas que pudessem produzir provas contra a depoente.

Silêncio

Todavia, a defesa da executiva da Precisa interpretou de outra maneira e afirmou que o habeas corpus dava o direto ao silêncio total.

O fato de o STF ter concedido o direito ao silêncio para Emanuela Medrades, assim como para outros depoentes, foi respeitado pelos senadores, mas também alvo de críticas.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que tais decisões podem prejudicar o resultado da Comissão.

"Há uma expectativa da população brasileira de que isso não termine em pizza, e no que depender de nós, não vai, mas essas medidas do STF podem prejudicar o resultado final dessa comissão".

CPI Didática

Quem também criticou, mas aproveitou para ironizar foi o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Para ele, pessoas que antes criticavam o STF, aprenderam a importância dos poderes e do judiciário.

Além disso, Rodrigues o fato de que Medrades não é investigada, até por conta de suas limitações dentro da Precisa e que a peça-chave é o dono da empresa, Maxiamiano.

"A depoente não tem outra classificaão que não seja a de testemunha, as atribuições do cargo da depoente não envolvem representação da sociedade. A este cabe ao senhor Francisco MAximiano".

“Alguns que até outrora propunham fogo no Supremo, resolveram recorrer ao supremo, que bom. Eles compreenderam a importância do Supremo. Isso é didático, pois, aprenderam. O coronel Élcio, que era um defensor do fechamento do Supremo. Ele compreendeu", ironizou Rodrigues.

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