Crivella deixa cariocas sem remédio para tratamento da AIDS

Erro de gestão nasce a partir de uma transição mal feita entre sistemas, após a Prefeitura do Rio reassumir o controle de 75 unidades que eram administradas pela organização Viva Rio

Marcelo Crivella, com Bolsonaro e Wilson Witzel (Reprodução )
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O Grupo Pela VIDDA, entidade que dá apoio a pessoas com HIV, recebeu várias denúncias, nos últimos, dias, de que postos de atendimento de saúde da cidade do Rio de Janeiro, administrada por Marcelo Crivella, estão apresentando falta de medicamento retroviral – usado em medicina preventiva e também no tratamento de soropositivos.

A maioria dos casos denunciados de falta do medicamento são dos bairros do Catete, Copacabana e Gávea, na zona sul carioca. Segundo Márcio Vilardi, coordenador do Grupo Pela VIDDA, “o medicamento é o que não deixa as pessoas com HIV ficarem doentes. A preocupação aumenta porque nesta sexta (21), as unidades fecham ao meio-dia. Na quinta (20), algumas pessoas disseram que não conseguiram retirar o medicamento ainda. Existe o risco de essas pessoas ficarem sem o medicamento durante o Carnaval”.

Em nota publicada também nesta sexta, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro mostrou uma série de medidas improvisadas: por exemplo, informou que haverá um plantão na farmácia do Centro Municipal Dom Hélder Câmara, em Botafogo, e que os pacientes devem regressar às unidades durante a manhã deste sábado (22) “para serem orientados sobre a retirada da medicação”.

A Secretaria também justificou o erro de gestão que levou à falta do retroviral, alegando problemas durante a transição de sistemas em alguns postos, já que a Prefeitura assumiu, nesta semana, o controle de 75 unidades que estavam sendo administrados pela organização Viva Rio desde 2014, e prometeu que “as dificuldades não serão encontradas a partir de agora”.

No começo deste mês, o presidente Jair Bolsonaro, aliado de Crivella, mostrou toda a sua empatia com os pacientes, ao afirmar que “ uma pessoa com HIV é uma despesa para todos aqui no Brasil”. A frase foi repudiada por diversas organizações de médicos e de defensores dos direitos dos pacientes com AIDS em todo o Brasil.