Cunha apresenta outro recurso para barrar depoimentos de testemunhas contra si

Foto: Lula Marques / Agência PT
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Apesar da nova tentativa de postergar trabalhos no Conselho de Ética, outro pedido foi feito ao STF para seu afastamento do cargo, com o argumento de que ele não tem mais condições de conduzir as sessões Por Hylda Cavalcanti, da Rede Brasil Atual O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou na mesa diretora, na noite de ontem (5), um pedido para cancelar convite feito pelo relator do processo que o investiga no Conselho de Ética da Casa, deputado Marcos Rogério (DEM-RO), a oito testemunhas que estão sendo investigadas na operação Lava Jato e que citaram o parlamentar durante depoimentos diversos. O argumento é que o processo do conselho investiga apenas se ele mentiu ao depor em comissão dizendo não ter contas no exterior – uma vez que a mentira configura a quebra de decoro parlamentar e já pode levá-lo à cassação. Diante disso, sua defesa entende que outras denúncias feitas contra o presidente da Câmara por temas diferentes não poderiam ser objeto de convocações. Além desse argumento, o advogado do deputado, o ex-conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Marcelo Nobre afirmou que há suspeição das testemunhas chamadas a depor, uma vez que todas elas fizeram delação premiada e vão falar em atos que não constam do parecer preliminar do relator. Tinham sido chamados para depor aos deputados, em Curitiba, inclusive com autorização já dada pelo juiz responsável pela Operação Lava Jato, Sérgio Moro, o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Júlio Camargo e Fernando Soares, o Fernando Baiano. Além deles, foram convidados para participar de oitivas no conselho o ex-dirigente da BR Distribuidora João Augusto Henrique, o lobista Leonardo Meirelles, o ex-gerente da Área Internacional da Petrobrás Eduardo Vaz Musa e os empresários Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior. Com o recurso, a ida dessas pessoas ao órgão fica suspensa até decisão final sobre o tema. Nesta quarta-feira, o deputado Cabo Daciolo (PTdoB-RJ) protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) mais um pedido para que Cunha seja afastado do cargo.