Cunha proíbe divulgação de Seminário LGBT do Congresso Nacional

O presidente da Câmara dos Deputados mandou retirar os cartazes do evento – que contém uma foto de Daniela Mercury e sua companheira – afixados no prédio do Congresso e proibiu qualquer divulgação oficial do Seminário, que está em sua 13ª edição. Esta é a primeira vez que um presidente da Casa faz restrições desse tipo ao encontro

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O presidente da Casa mandou retirar os cartazes do evento que contém uma foto de Daniela Mercury e sua companheira afixados no prédio do Congresso e proibiu qualquer divulgação oficial do Seminário, que está em sua 13ª edição. Esta é a primeira vez que um presidente da Casa faz restrições desse tipo ao encontro Por Redação  Pela primeira vez em doze anos, o Seminário LGBT do Congresso Nacional não terá nenhum tipo de divulgação oficial, os convites não serão enviados pela presidência e não haverá qualquer menção ao evento no site oficial da Câmara. Quem denunciou a "censura" foi o deputado federal Jean Wyllys (PSOL), um dos organizadores da 13ª edição do Seminário, que esse ano ocorrerá nos dias 20 e 21 de maio e terá como tema "Empatia: a verdadeira revolução". De acordo com Jean Wyllys, foi Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Casa, quem proibiu a divulgação do evento. Cunha teria, inclusive, proibido que sejam colados cartazes de divulgação do Seminário pelo prédio do Congresso. O material contém uma foto da cantora Daniela Mercury – que fará a abertura do evento – dando um "quase beijo" em sua companheira. Apesar da proibição, os cartazes já foram colados e Jean Wyllys garante que não irá retirá-los. [caption id="attachment_65759" align="alignleft" width="355"]seminario Cartaz de divulgação do evento que foi "censurado" por Cunha. (Divulgação)[/caption] Desde que aconteceu o primeiro Seminário LGBT no Congresso Nacional, há doze anos, essa será a primeira vez que um presidente impõe qualquer tipo de restrição ao evento. Para contornar a proibição, Jean Wyllys convocou, pelo seu Facebook, casais para comparecerem ao Seminário e se beijarem na frente de Eduardo Cunha como forma de protesto. "Não basta ele pretender que o Congresso aprove um estatuto contra as famílias que não são como a dele, não basta o discurso de ódio homofóbico. Ele precisa, também, usar seu poder — que acredita ser absoluto, monárquico — para censurar um beijo (...) Nenhum e nenhuma de nós vai voltar ao armário, senhor Cunha!", escreveu o deputado.  Em dois dias, o evento contará com a presença, além de Daniela Mercury, de ativistas, intelectuais, políticos e pensadores que vão compor três mesas, discutindo os discursos de ódio em suas mais diferentes expressões, desde o fenômeno das perseguições, bullying e difamação, até aqueles que culminam na agressão física e morte das vítimas, e tem como objetivo propor reflexões que as inibam.  O evento é aberto ao público e terá transmissão ao vivo pela internet. Detalhes e programação completa podem ser conferidos aqui.