"Cunha tem convicção de que é culpado e cometeu crimes", afirma deputado do Conselho de Ética

Para Valmir Prascidelli (PT-SP), o fato de o vice-presidente da Câmara manobrar para fazer com que o processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) volte ao seu estágio inicial demonstra uma "tentativa clara de ganhar mas um dia e protelar o processo", já que teria ciência de que "cometeu os crimes que as denúncias apontam"; expectativa é que reuniões do Conselho sejam retomadas ainda nesta quarta-feira (3)

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Para Valmir Prascidelli (PT-SP), o fato de o vice-presidente da Câmara manobrar para fazer com que o processo contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) volte ao seu estágio inicial demonstra uma "tentativa clara de ganhar mas um dia e protelar o processo", já que teria ciência de que "cometeu os crimes que as denúncias apontam"; expectativa é que reuniões do Conselho sejam retomadas ainda nesta quarta-feira (3) Por Ivan Longo [caption id="attachment_78453" align="alignleft" width="318"]Prascidelli é um dos deputados que integram o Conselho de Ética. (Foto: Agência Câmara) Prascidelli é um dos deputados que integram o Conselho de Ética. (Foto: Agência Câmara)[/caption] O deputado federal Valmir Prascidelli (PT-SP) comentou, na tarde desta quarta-feira (3), a manobra executada pelo vice-presidente da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que na última terça-feira (2) determinou que o Conselho de Ética anule a sessão em que foi aprovada a admissibilidade do processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética - o que faria as discussões, praticamente, voltarem a um estágio inicial. "Ele [Eduardo Cunha] tem o direito de apresentar defesa, mas a busca desesperada para protelar significa que ele tem convicção de que é culpado e que cometeu os crimes que as denúncias apontam, como mentir que não possuía contas irregulares no exterior", disse o parlamentar, que integra o Conselho, em conversa com a Fórum. Para Prascidelli, o fato de o vice-presidente, que é aliado de Cunha e também investigado na Operação Lava-Jato, ter feito tal determinação, é uma "clara tentativa de ganhar mais um dia". A representação contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, protocolada em outubro do ano passado, pede o afastamento do parlamentar do cargo de presidente da Casa por quebra de decoro parlamentar - ele teria mentido ao afirmar na CPI da Petrobras que não possuía contas no exterior - contrariando as investigações da Lava-Jato que pesam contra o peemedebista. Ainda que a representação tenha sido protocolada em outubro, somente em dezembro foi reconhecida a admissibilidade do processo. Com a manobra de Maranhão, esta etapa terá que ser votada novamente. De acordo com Prascidelli, que espera que a reunião do Conselho seja retomada ainda nesta quarta-feira (3), a expectativa é que se aprove um pedido de vistas geral para que, assim, a análise possa ser retomada depois do Carnaval. De acordo com o parlamentar, qualquer questionamento ou apresentação de novas denúncias contra Cunha - que, inclusive, já existem - protelaria ainda mais o processo, com possibilidade de um pedido de nova análise. "Quanto mais questionamentos fizermos, mas estamos contribuindo para protelar o processo. O foco agora é em aprovar a admissibilidade", pontuou. Foto: Câmara dos Deputados