Em seu terceiro dia de agendas políticas em Brasília, o ex-presidente Lula recebeu nesta quarta-feira (5), no hotel que está hospedado, o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O encontro durou pouco mais de duas horas.
A conversa, que segundo relatos de interlocutores foi "cordial", teria como base a articulação de uma unidade entre o centro e a esquerda para enfrentar o bolsonarismo na disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2022.
Maia está de saída do DEM e deve ir para o PSD de Gilberto Kassab, que foi recebido por Lula logo após o ex-presidente da Câmara deixar o hotel do petista. A conversa de Lula com os dois políticos acontece dois dias após ele ter realizado reunião, também em Brasília, com o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ). O nome de Freixo é cotado para uma frente entre partidos de esquerda e do centro para enfrentar o bolsonarismo no Rio de Janeiro.
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O prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (DEM), assim como Maia, também estaria de saída do partido para se filiar ao PSD de Kassab. À Folha de São Paulo, Kassab afirmou que "Lula deixou claro que é candidato à Presidência e disse que vai procurar todas as lideranças, independentemente do partido político".
Presidente do PSOL diz que não há nada definido sobre aliança em torno de Freixo
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou em entrevista ao Fórum Onze e Meia, nesta quarta-feira (5), que vê a mudança de partido de Eduardo Paes, do DEM para o PSD, como uma estratégia com “interesses eleitorais”. Segundo ele, o atual prefeito do Rio de Janeiro deve disputar o governo do estado nas eleições de 2022.
“Até outro dia, se falava que Eduardo Paes e Rodrigo Maia podiam ser parte de uma aliança com a centro esquerda e com a esquerda no Rio de Janeiro. Quem está disposto a fazer essa movimentação, troca de partido um ano antes da eleição? Para mim está claro que Eduardo Paes vai ser candidato a governador do Rio de Janeiro, por isso trocou de partido”, disse Medeiros.
Sobre a articulação do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) para formar aliança em 2022 com nomes da direita, como o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Eduardo Paes, Juliano diz que ainda não há nenhuma decisão tomada e que é cedo para discutir o tema.
“Não é segredo para ninguém que Marcelo tem defendido uma tática para enfrentar o bolsonarismo no Rio que inclui uma movimentação mais ampla com partidos da direita, centro-direita. Esse debate o PSOL ainda não fez. O partido vai abrir essa discussão nas suas instâncias do Rio de Janeiro, vai travar esse debate. Tem muita água para passar de baixo da ponte”, disse o presidente do PSOL. “Respeito as movimentações e o partido tem tentado se posicionar, valorizar suas posições”, completou.