"É uma decisão da Petrobras", diz Lula sobre preço dos combustíveis

Petista enfatizou que, se eleito, não manterá a política de paridade e que Bolsonaro não governa: "É uma anomalia criada pelo discurso de ódio contra o PT em 2018"

Foto: Ex-presidente Lula (Redes sociais)
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O ex-presidente Lula (PT) afirmou, nesta terça-feira (30), em entrevista à Rádio Gaúcha, do Rio Grande do Sul, que se for eleito em 2022 não manterá a política de paridade de preços na Petrobras, que subordina os valores dos derivados de petróleo nas refinarias ao mercado internacional.

A fala foi feita em resposta à jornalista e colunista de Economia Giane Guerra, que tentou defender a política adotada no governo de Michel Temer (MDB) e mantida por Jair Bolsonaro (Sem Partido).

"Essa política de preços não tem explicação nenhuma, a não ser pagar dividendos para os acionistas minoritários, é uma obrigação internacional", disse o petista. Segundo ele, os preços dos combustíveis são uma "decisão da Petrobras".

Como justificativa para o aumento absurdo dos valores do diesel e gasolina, que atingiram os maiores preços em décadas, Bolsonaro culpa terceiros, como os governadores e o ICMS.

"Vira e mexe vejo o Bolsonaro resmungar. Acontece que Bolsonaro não governa o Brasil, ele não entende de economia, política social, de futebol, não entende de partido político. O Bolsonaro é uma anomalia do ódio estabelecido neste país contra o PT nas eleições de 2018", afirmou o ex-presidente.

"Ele não entende de preços da Petrobras, eu duvido. Qualquer pessoa séria que ganhar as eleições nesse país em 2022 não vai manter essa política de preços de paridade de petróleo. Não é razoável, não é respeitoso com as mulheres e homens desse país", continuou Lula.

Questionado sobre qual política implementaria, respondeu que seria a mesma que fez durante o seu governo, quando havia uma administração de preços combatível com a sobrevivência da estatal. Para ele, o argumento em defesa da paridade faz parte de um "complexo de vira-lata".

"Esse argumento é do complexo de vira-lata, de subordinar aos interesses das multinacionais que estavam preparadas para destruir as indústrias do país e tentar ainda fazer um acordo e receber US$ 3 bilhões, uma parte para [Deltan] Dallagnol criar uma fundação. Os acionistas merecem ganhar alguma coisa, mas quem tem que ganhar por conta da Petrobras é o povo brasileiro", disse o petista.

Assista a entrevista na íntegra:

https://www.youtube.com/watch?v=d7-BMs_f36Y