Declarações de Serra sobre Venezuela são 'insolentes' e 'amorais', diz chanceler venezuelana

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Delcy Rodríguez disse que chanceler brasileiro 'se soma à direita internacional contra a Venezuela' e criticou 'golpe de Estado em curso' no Brasil Por Opera Mundi A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodriguez, afirmou nesta terça-feira (05/07) que as declarações de José Serra, atual chanceler brasileiro, sobre seu país são “insolentes e amorais” e que Serra, apontado por Michel Temer, vice-presidente no exercício da Presidência do Brasil, “se soma à conjuntura da direita internacional contra a Venezuela”.
“A República Bolivariana da Venezuela rechaça as insolentes e amorais declarações do chanceler de fato do Brasil José Serra”, escreveu Rodríguez em seu perfil no Twitter, acrescentando que Serra “se soma à conjuntura da direita internacional contra a Venezuela e vulnera princípios básicos que regem as relações internas”. A chanceler venezuelana responde a críticas de Serra, expressando a posição do governo interino de Michel Temer, ao governo de Nicolás Maduro no país vizinho. Serra também expressou apoio à oposição venezuelana e à realização de um referendo revogatório do mandato de Maduro, dispositivo constitucional venezuelano e principal demanda da oposição. Em referência ao processo de impeachment contra a presidente brasileira, Dilma Rousseff, a chanceler venezuelana afirmou que “no Brasil está em curso um golpe de Estado que vulnera a vontade de milhões de cidadãos que votaram” na presidente afastada no dia 12 de maio. Procurado por Opera Mundi, o Itamaraty afirmou que responderia “com a brevidade possível” com uma posição sobre as declarações de Rodríguez. Reunião de chanceleres do Mercosul exclui Venezuela Os chanceleres do Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai manterão uma reunião no dia 11 de julho em Montevidéu para tratar sobre a situação política na Venezuela, país que deve assumir neste mês a presidência temporária do Mercosul, informou nesta terça-feira (05/07) o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga. Loizaga disse que a data da convocação foi comunicada por Rodolfo Nin Novoa, chanceler do Uruguai, país que ostenta a presidência do Mercosul. "A situação da Venezuela a cada dia complica mais e necessitamos do Mercosul para que o país tenha tranquilidade interna, paz, para que possa levar adiante os desafios que temos no próximo semestre", disse Loizaga aos jornalistas. O Paraguai, que convocou a reunião, é o único país do bloco regional que deu seu apoio explícito ao secretário-geral da OEA (Organização dos Estados Americanos), Luis Almagro, no processo de aplicação da Carta Democrática da organização contra a Venezuela, um instrumento jurídico com o qual procura aumentar a pressão internacional sobre o governo de Nicolás Maduro. Na segunda-feira (04/07), Nin Novoa, chanceler do Uruguai, declarou que juridicamente corresponde passar à Venezuela a presidência temporária do Mercosul, que muda a cada seis meses, e que nesta ocasião isso seria feito sem a tradicional cúpula de chefes de Estado devido ao ambiente político no país caribenho e no Brasil.