Depois de prender Lula e eleger Bolsonaro, Lava Jato é extinta em Curitiba

Em recente entrevista, o líder do governo Bolsonaro na Câmara afirmou que "prisão de Lula foi casuísmo da Lava Jato para tirá-lo da eleição"

Procuradores da Lava Jato (Foto: Reprodução/Facebook Roberson Pozzobon)
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Essa não é a primeira vez que tal anúncio é feito, no fim do ano passado o desmembramento da operação já havia sido alardeado

A partir desta semana a equipe da Operação Lava Jato no Paraná vai integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF).

Todavia, não se trata do fim da força-tarefa dedicada a operação Lava Jato, pois, alguns integrantes vão atuar na Gaeco para prosseguir com os trabalhos.

Com isso, a Gaeco passa a contar com nove membros, desses, cinco ficarão dedicados aos casos que pertenciam à força-tarefa da Lava Jato. Outros quatro membros da força-tarefa foram desonerados das atividades dos ofícios de origem.

A operação Lava Jato teve início em 2014 e, desde o seu início o seu cunho político e persecutório contra figura como o ex-presidente Lula são denunciados. Com os vazamentos das conversas entre integrantes da operação e o então juiz Sergio Moro, as acusações de imparcialidade de operação ganham cada vez mais corpo.

A principal crítica feita à Operação Lava Jato é que serviu, principalmente, para prender o ex-presidente Lula, tirá-lo da eleição presidencial de 2018 e, dessa forma, favorecer Jair Bolsonaro, que acabou sendo eleito em 2018.

Não é a primeira vez que o fim da Lava Jato é anunciado. Em dezembro de 2020, anúncio semelhante foi feito.

A época, o Procurador Geral da República (PGR), Augusto Aras, determinou que a Lava Jato fosse incorporada aos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal, que estão sendo implementados em sua gestão. A primeira fusão de trabalhos se daria justamente em Curitiba, a “capital” da Lava Jato.

Líder do governo Bolsonaro admite que prisão de Lula “foi casuísmo da Lava Jato para tirá-lo da eleição”

Em entrevista à Rádio CBN na manhã desta terça-feira (2), o deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, teceu críticas à operação Lava Jato e admitiu que o ex-presidente Lula só foi preso para que fosse impedido de disputar a eleição de 2018. Antes de ter seus direitos políticos cassados, o petista aparecia à frente de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto.

A fala de Barros sobre o assunto se deu no momento em que o âncora da rádio perguntou se o governo vai pautar o combate à corrupção na Câmara após a vitória do aliado Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Casa.