Depois do Magazine Luiza, Bayer anuncia programa de trainee exclusivo para negros

"Acreditamos no papel que a Inclusão e Diversidade tem de impulsionar a transformação”, diz comunicado da empresa

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Depois do Magazine Luiza, que decidiu reservar todas as vagas de seu próximo programa de trainee para candidatos negros, a Bayer anunciou a abertura de um programa de trainee exclusivo para negros e pardos. O processo ocorrerá de setembro a dezembro deste ano, com início dos trabalhos em janeiro de 2021.

"Acreditamos no papel que a Inclusão e Diversidade tem de impulsionar a transformação. Por isso há mais de 5 anos anos nossa área de Inclusão & Diversidade vem fazendo parte da nossa estratégia de negócio", diz trecho do comunicado da empresa.

"Nossa maior ambição é sermos reconhecidos como uma empresa inclusiva e diversa que desafia o status quo, rompe barreiras e lidera mudanças importantes no mercado onde atuamos", prossegue o anúncio. "Essa jornada também resultou em diversas iniciativas internas, , sendo uma delas os grupos de afinidade – que são compostos por colaboradores voluntários – são eles: Blend (LGBTQ+), All In (igualdade de gênero), BayAfro (étnico-racial), Enable (pcd) e Infinite (diversas gerações), além do Programa Wiser, que tem como objetivo empoderar mulheres na área de Tecnologia e Ciência", completa.

Para concorrer, é preciso ter realizado uma graduação (bacharelado ou tecnólogo) ou pós-graduação entre dezembro de 2017 e dezembro de 2020. O salário é de R$ 6.900 e é preciso ter disponibilidade para mudar de cidade. Conhecimento de inglês não é pré-requisito. Mais informações em https://liderancanegra.ciadetalentos.com.br/ .

A iniciativa do Magazine Luiza, anunciada na última semana pela proprietária, Luiza Trajano, foi alvo de ataques de bolsonaristas e de outros conservadores nas redes sociais. A medida também motivou ações judiciais descabidas contra a empresa por parte de dois deputados do PSL do Rio de Janeiro, Carlos Jordy e Daniel Silveira.

Para o professor Dennis de Oliveira, da ECA/USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo), os ataques ao Magazine Luiza revelam o “capitalismo arcaico da direita brasileira”.