Deputada do DF protocola pedido de informações sobre tortura a Rodrigo Pilha

A Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara também pediu o Ministério Público instaure investigação; Pilha foi preso no dia 18 de março e foi espancado e torturado na prisão e tem dormido no chão desde quando foi privado de sua liberdade

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Ao tomar conhecimento, a partir da reportagem da Revista Fórum, sobre a tortura a qual Rodrigo Pilha foi vítima, a deputada distrital Arlete Sampaio (PT) protocolou, nesta sexta-feira (30), requerimento pedindo informações sobre a situação de Rodrigo Pilha à Secretaria de Segurança Pública e outro para a Secretaria de Administração Penitenciária.

No documento, Sampaio afirma que a "prática de tortura, bem como a prisão por perseguição política são absolutamente repudiadas pelo ordenamento jurídico brasileiro" e também ressalta a "previsão constitucional vigente no país que estabelece no art. 5º, III, que 'ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante".

Na ação protocolada, é pedido acesso à cópia de todo o depoimento e processo judicial decorrente da prisão de Rodrigo Pilha; acesso à cópia de todos os documentos e relatórios administrativos relacionados ao cumprimento de pena; acesso identificação dos agentes policiais penais e responsável pelo recebimento de Rodrigo Pilha; e que indique informações acera da existência de possível e necessária investigação policial dos agentes policiais "envolvidos na denúncia de prática de tortura" contra Rodrigo Pilha.

Comissão de Direitos Humanos da Câmara pede apuração imediata de denúncia de tortura contra Pilha na prisão

A Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM) solicitou, nesta sexta-feira (30), que o Ministério Público do Distrito Federal instaure uma investigação imediata da denúncia de tortura contra Rodrigo Pilha no Centro de Detenção Provisória II de Brasília.

A Fórum revelou nesta quinta-feira (29) que o militante, preso no dia 18 de março com base na Lei de Segurança Nacional, após participar de manifestação política contra o presidente Jair Bolsonaro, foi agredido por policiais penais com chutes, pontapés e murros dentro da prisão.

A reportagem da Fórum sobre o Pilha está irretocável, diz Érico Grassi, seu irmão

Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, realizada nesta sexta-feira (30) o irmão de Rodrigo Pilha, Erico Grassi comentou sobre a prisão de seu irmão e afirmou que as “vias técnicas e jurídicas não estão dando em absolutamente nada” e que ele “não teve nenhum benefício concedido”

“A família sabia dessas violações já há muito tempo. Aqueles meus desabamentos nas lives e entrevistas não era só pela situação da detenção dele, ele estava tendo os seus direitos violados. Que bom que já surtiu algum efeito institucional. Indo pelas vias técnicas e jurídicas a gente não está avançando em absolutamente nada. O Rodrigo não teve nenhum benefício concedido pra ele até agora”.

Pilha foi espancado e torturado na prisão

Rodrigo Pilha, preso no dia 18 de março por estender uma faixa chamando o presidente Jair Bolsonaro de genocida, foi espancado e torturado na prisão e tem dormido no chão desde quando foi privado de sua liberdade. Ou seja, há exatos 41 dias.

Durante os últimos dias o blogue conversou com diversas pessoas que têm proximidade com Pilha que não pode dar entrevistas e confirmou a informação que já havia sido publicada sem maiores detalhes num tuíte por Guga Noblat.

A recepção de Pilha foi realizada com crueldade. Ele recebeu chutes, pontapés e murros enquanto ficava no chão sentado com as mãos na cabeça. Enquanto Pilha estava praticamente desmaiado, o agente que o agredia, e do qual a família e advogados têm a identificação, perguntava se ele com 43 anos não tinha vergonha de ser um vagabundo petista. E dizia que Bolsonaro tinha vindo para que gente como ele tomasse vergonha na cara.