Deputado bolsonarista anuncia aliado político, último da lista tríplice, como novo reitor da UFRGS

Deputada Manuela D’Ávila repercutiu anúncio em redes sociais, lembrando que indicado por Bibo Nunes (PSL-RS) havia se posicionado contra indicação que não fosse a do 1º na lista

Debate virtual entre candidatos à reitoria da UFRGS; o escolhido foi Bulhões Mendes (com armários azuis atrás) (Foto: Reprodução YouTube)
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O deputado bolsonarista Bibo Nunes (PSL-RS) anunciou nesta quinta-feira (10) que seu aliado político, Carlos André Bulhões Mendes, será o novo reitor da UFRGS. Bulhões foi o último colocado da lista tríplice em consulta interna da universidade. A lista foi enviada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que escolheu o indicado pelo parlamentar, um dos mais próximos do titular do Planalto.

Repercutindo o anúncio, a deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) compartilhou em seu Twitter trecho de debate dos candidatos à reitoria feito pelo YouTube. Nele, Mendes se dizia contra a indicação de candidato que não fosse o primeiro da lista.

No trecho, Mendes é questionado se firmaria um compromisso de não aceitar a nomeação, caso a chapa liderada por ele não fosse a vencedora da consulta interna, mas que mesmo assim fosse escolhida por Brasília. Na pergunta, tal atitude foi chamada de “nomeação antidemocrática”.

O então candidato respondeu: “Meu desejo, respeitando a todos, é que devemos sim respeitar esse resultado e que o primeiro [colocado] seja nomeado”. O professor complementa sua resposta: “Qualquer coisa diferente disso para mim é especulação”.

Em seu comentário no Twitter, a deputada escreveu: “Ele deve ser um homem de palavra...”.

A consulta à comunidade acadêmica para a reitoria na gestão 2020/2024 foi realizada no dia 14 de julho. Devido à pandemia do novo coronavírus, a votação foi virtual.  Na consulta, os atuais reitor e vice-reitora da Ufrgs, Rui Oppermann e Jane Tutikian, venceram o pleito. Em segundo lugar ficou a chapa de Karla Maria Müller e Cláudia Wasserman. Já Carlos André Bulhões e Patrícia Helena Lucas Pranke ficaram na terceira posição. 

Na visão de Bibo Nunes, a indicação é uma escolha democrática, mesmo não obedecendo à vontade da comunidade acadêmica. “Tem gente achando que a lista tríplice é uma eleição”, afirmou.