Deputado diz que “quilombolas, índios e homossexuais são tudo o que não presta”

Parlamentares da bancada ruralista conclamam produtores a se defender de "todas as maneiras possíveis"

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Parlamentares da bancada ruralista conclamam produtores a se defender de "todas as maneiras possíveis"  Por Redação [caption id="attachment_42122" align="alignleft" width="300"] Para deputado Carlos Heinze, política de demarcação de terra é uma "vigarice" orquestrada por Gilberto Carvalho[/caption] Circula nas redes sociais um vídeo que mostra o trecho de uma audiência pública de produtores rurais de Vicente Dutra (RS), realizada em 29 de novembro de 2013. Entre os discursos, os deputados Alceu Moreira (PMDB-RS) e Carlos Heinze (PP-RS) conclamam aos produtores que se defendam de “todas as maneiras possíveis” e fazem ameaças aos movimentos indigenistas. O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República de gabinete da presidenta Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho, é execrado no evento. “Eu quero dizer pra vocês: o mesmo governo que tem o Gilberto Carvalho, que é ministro da presidente Dilma, é ali [gabinete do Gilberto Carvalho] que estão alinhados quilombolas, índios, gays, lésbicas tudo que não presta está ali e eles têm a direção e o comando do governo”, disse o deputado Carlos Heinze. Posteriormente à fala de Heinze, Alceu Moreira declara que eles não vão “incitar uma guerra”, mas que os fazendeiros não podem deixar nenhum “vigarista dar um passo” em suas propriedades. “Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário. A própria baderna, a desordem, a guerra é melhor do que a injustiça”, defendeu o parlamentar. Ainda de acordo com Moreira, a política de demarcação de terra é uma “vigarice orquestrada” pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Em outro momento do vídeo, o deputado Heinze defende que os agricultores se armem para impedir a demarcação de terras. “O que estão fazendo os produtores do Pará? No Pará, eles contrataram segurança privada. Ninguém invade no Pará, porque a brigada militar não lhes dá guarida lá e eles têm de fazer a defesa das suas propriedades. Por isso, pessoal, só tem um jeito: se defendam. Façam a defesa como o Pará está fazendo. Façam a defesa como o Mato Grosso do Sul está fazendo. Os índios invadiram uma propriedade. Foram corridos da propriedade. Isso aconteceu lá”, ameaça o parlamentar. Vale lembrar que no fim do ano passado, agricultores organizaram aquilo que ficou conhecido com o “leilão das milícias”, visto que o evento tinha por objetivo levantar fundos para que os donos de fazenda contratassem segurança privada para “defender” suas terras. Assista ao vídeo: