Deputado que destruiu exposição antirrascismo no Congresso diz que negros são maioria no tráfico

Parlamentar foi repreendido pelo presidente da Câmara

Luis Macedo/Câmara dos Deputados
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O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) parece não estar nem um pouco arrependido de ter quebrado um quadro, nesta terça-feira (19), que mostrava a charge de um policial que teria atirado em um jovem negro vestindo uma camisa com a bandeira do Brasil. A atitude do parlamentar foi repudiada por vários outros congressistas, inclusive pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) que repreendeu o militar no plenário. Uma prova de que Tadeu não está arrependido da sua atitude foi a declaração racista que deu nesta quarta-feira (20) para o Jornal do Brasil. Para ele, os negros morrem mais em confronto com a polícia porque são maioria dentro do tráfico de drogas. "O tráfico absorve uma boa parte das pessoas que moram nas comunidades, e a maioria dessas pessoas é de origem negra. Então, o resultado disso é que, em confronto com policiais, as que estão no tráfico acabam sendo vitimadas no confronto. E aí, se a maioria é negra, o resultado só pode ser esse". O Coronel Tadeu justificou a sua atitude dizendo que os policiais não podem ser criminalizados. "Desnecessária e inoportuna manifestação de desonra e generalização de ilegalidade na atuação dos policiais", escreveu o deputado no pedido feito para que o quadro não retorne a exposição sobre o mês da Consciência Negra na Câmara. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 75,4% dos mortos em intervenções policiais são negros.