Dilma avisou: Em vídeo, ex-presidenta dizia que acabariam com o Bolsa Família

Pronunciamento profético da chefe de Estado apeada do poder no Golpe de 2016 denunciou intenções dos usurpadores, sobretudo em relação às camadas mais vulneráveis da população

Imagem: Twitter
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O vídeo de um pronunciamento oficial da ex-presidenta Dilma Rousseff, apeada do poder num golpe parlamentar levado a cabo em 2016, capitaneado por seu vice, Michel Temer, e pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, viralizou nas redes nos últimos dias. Nas imagens, da época do fraudulento processo de impeachment, Dilma fala sobre as intenções dos golpistas e diz que o Bolsa Família, maior programa de distribuição de renda do planeta, estava ameaçado.

Dito e feito. Nesta sexta-feira (29), ocorreu o último pagamento do benefício, que deve ser substituído pelo incerto Auxílio Brasil, de Jair Bolsonaro, concebido com finalidade eleitoral, uma vez que as parcelas de R$ 400 reais que podem ser pagas a 17 milhões de famílias estão previstas apenas até dezembro de 2022, um mês após o 2° turno da eleição presidencial.

“Os golpistas já disseram que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”, diz a ex-presidente no início do vídeo.

Fim do Bolsa Família a manobra do Auxílio Brasil

A Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou há pouco mais de uma semana o texto-base da PEC dos Precatórios, que em sua nova versão abriu um “espaço fiscal” para que o governo de Jair Bolsonaro gaste até R$ 83 bilhões a mais no orçamento, o que possibilitará ao presidente pagar R$ 400 a 17 milhões de famílias até o final de 2022, ano de eleição.

Na prática, para não furar o sagrado teto de gastos cultuado pelos ultraliberais que apoiam o governo do presidente de extrema direita, o limite desse teto foi expandido, permitindo à combalida gestão de Bolsonaro distribuir o benefício justamente no momento em que sua popularidade derreteu e jogou seus índices de aprovação ao nível mais baixo desde sua posse.

Parlamentares da base do governo admitiram que o texto sofreu alterações até minutos antes de ser submetido a votação na Comissão Especial, para que nele pudessem ser incluídos os R$ 83 bilhões que permitirão a Bolsonaro colocar em marcha seu projeto oportunista de liberar renda apenas no período das eleições. O placar ficou em 23 a 11 pela aprovação.

No entanto, o governo já conta com a possibilidade de o Auxílio Brasil não seguir em frente nos tais moldes. Mesmo que seja aprovado pelo plenário da Câmara, muito embora também esteja ameaçado lá, o rombo no teto de gastos para que Jair Bolsonaro implante um programa abertamente eleitoreiro deve ser barrado no Senado.

Assista ao vídeo:

https://twitter.com/apellegrino/status/1454165739284336647?t=cDJ2375mrCo3FusqNnjZ9w&s=08