Dilma, Obama e Raúl Castro discursam em homenagem a Mandela

Presidenta ressalta a “histórica paciência” com a qual Madiba suportou o cárcere na África do Sul e seu exemplo de luta pela justiça, liberdade e igualdade

(Marcello Casal Jr / Agência Brasil)
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Presidenta ressalta a “histórica paciência” com a qual Madiba suportou o cárcere na África do Sul e seu exemplo de luta pela justiça, liberdade e igualdade Por Redação [caption id="attachment_37778" align="alignleft" width="300"] Dilma Rousseff, Barack Obama, François Hollande e Raúl Castro participaram de tributo a Mandela (Marcello Casal Jr / Agência Brasil)[/caption] Nesta terça-feira (10), Dilma Rousseff foi a África do Sul participar da homenagem a Nelson Mandela, que faleceu no dia 5. A comitiva brasileira que esteve no tributo ainda contou com Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor de Mello e José Sarney. Os presidentes Barack Obama, François Hollande e Raúl Castro também participaram do funeral do líder sul-africano. Em seu discurso, Dilma prestou condolências em nome da América do Sul: “Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro e, tenho certeza, de toda a América do Sul pela morte desse grande líder Nelson Mandela”. A presidenta também relembrou a luta de Mandela contra o apartheid, e afirmou que ele era uma inspiração para os brasileiros. “'Madiba', como carinhosamente vocês o chamam, constituiu exemplo de referência para todos nós, pela histórica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento”, ressaltou Dilma. “Sua luta transcendeu suas fronteiras nacionais e inspirou homens e mulheres, jovens e adultos, a lutarem por sua independência e pela justiça social”. Cerca de 80 mil pessoas estavam presentes no evento realizado no estádio Soccer City, em Johanesburgo. Antes de Dilma, Obama discursou: “É tentador lembrar de Mandela como um ícone sorrindo, sereno, descompromissado com os problemas normais dos seres humanos, mas ele transcendeu isso. Em vez disso, 'Madiba' insistiu em compartilhar conosco suas dúvidas, sua fé, seus erros de cálculo, junto com suas vitórias”. “Ele compartilhou conosco suas falhas. Disse que não era um 'santo, mas um pecador que continuava tentando'”, completou. “Nelson Mandela foi um dos maiores líderes de nosso tempo, um de nossos maiores professores”, disse Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU. "Mandela liderava dando exemplo. Ele odiava o ódio. E tinha um coração maior do que este estádio", discursou o secretário-geral, que ainda afirmou: “A ONU esteve sempre ao lado de Mandela na luta contra o apartheid”. O presidente de Cuba, Raúl Castro, lembrou a amizade de seu irmão Fidel com Mandela. "Ao lado de seus companheiros de luta, dirigiu seu povo na batalha contra o apartheid, para abrir o caminho a uma nova África do Sul, não racista e unida na busca da felicidade, igualdade e bem estar de todo seus filhos", disse Raúl Castro, ovacionado pelo público do estádio Soccer City, em Johanesburgo. Nelson Mandela Nelson Mandela faleceu aos 95 anos em Johanesburgo. De junho a setembro, o líder sul-africano ficou internado em decorrência de uma infecção pulmonar. O anúncio foi feito pelo atual presidente da África do Sul, Jacob Zuma: “Ele descansou, ele agora está em paz. Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu seu pai”. Mandela foi símbolo de luta contra o apartheid, regime de segregação racial que se estendeu por quase 45 anos. O ex-presidente chegou a ser acusado de terrorismo e foi condenado a prisão perpétua em 1964.