Dilma exige que João Santana e Mônica Moura apresentem provas do que disseram em até 48h

A presidenta Dilma Rousseff, durante a cerimônia de formatura da turma Paulo Kol do curso de formação do Instituto Rio Branco (Antônio Cruz/Agência Brasil)
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Advogados da ex-presidenta entraram com petições junto ao ministro Herman Benjamin, relator do processo de cassação de sua chapa no TSE Por Redação A defesa da ex-presidenta Dilma Rousseff entrou, nesta terça-feira (25), com três petições junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que os marqueteiros João Santana e Mônica Moura apresentem, em um prazo de até 48 horas, provas daquilo que relataram contra a petista em depoimento ao ministro Herman Benjamin. Ao ministro, o casal de marqueteiros afirmou que tratou diretamente com Dilma sobre caixa 2 em sua campanha à presidência em 2014. Além das provas daquilo que acusaram a ex-presidenta, a defesa de Dilma pede ainda, nas petições encaminhadas à Justiça Eleitoral, que o relator do processo solicite à Operação Lava Jato todos os depoimentos do casal, colhidos pelos investigadores. Em nota, a assessoria de imprensa da ex-presidenta afirma que os advogados de Dilma esperam, com as petições, "exercitar a plenitude do direito de defesa da presidenta eleita e demonstrar as mentiras apresentadas perante a Justiça Eleitoral, tanto pelos executivos do grupo Odebrecht quanto pelo casal João Santana e Monica Moura". Confira a íntegra da nota.

A defesa de Dilma Rousseff apresentou nesta terça-feira, 25, três petições ao ministro Herman Benjamin, relator do processo que pretende a cassação da chapa vencedora das eleições de 2014. Na primeira petição, os advogados querem que João Santana e Monica Moura, responsáveis pelo marketing da campanha da reeleição, sejam intimados a apresentar, em 48 horas, as provas daquilo que alegaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em depoimento, os dois apontaram que Dilma Rousseff tinha conhecimento do uso de dinheiro do caixa dois na campanha presidencial de 2014. Em nota à imprensa, divulgada no site oficial, na noite de 24 de abril, Dilma negou que tivesse autorizado ou tomado conhecimento da destinação de recursos não contabilizados para a sua reeleição. Ela declarou que o casal havia faltado com a verdade no depoimento prestado à Justiça Eleitoral. 

Os advogados pediram ainda ao relator que solicite à Operação Lava Jato todos os depoimentos do casal, colhidos pelos investigadores. A solicitação seria extensiva ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, e ao juiz Sérgio Fernando Moro, da Justiça Federal de Curitiba. Os depoimentos de Santana e Moura foram colhidos pela Justiça Federal.

Ainda sobre o mesmo tema, a defesa de Dilma pediu a Benjamin que sejam trazidos aos autos todos os documentos e informações obtidos a partir da cooperação jurídica firmada entre Brasil e Suíça, referentes à conta Shellbill, que pertence a Monica Moura e João Santana.

A última petição insiste com o ministro-relator que, diante da decisão do STF em levantar o sigilo das delações do grupo Odebrecht, solicite ao ministro Edson Fachin o compartilhamento de tais delações com o TSE. Os advogados querem fazer o cotejo entre aquilo que foi afirmado no âmbito da Justiça Eleitoral e o anteriormente alegado pelos delatores perante o STF.

Os advogados de Dilma esperam exercitar a plenitude do direito de defesa da presidenta eleita e demonstrar as mentiras apresentadas perante a Justiça Eleitoral, tanto pelos executivos do grupo Odebrecht quanto pelo casal João Santana e Monica Moura. Isso já ocorreu em relação a outro delator, o senhor Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, que prestou falso testemunho perante a Justiça Eleitoral.

Eis as três petições: PET 1, PET 2 e PET 3.

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil