Dilma: Moro protegeu Eduardo Cunha e escondeu a verdade sobre o golpe de 2016

"A pergunta é por que o ex-juiz Moro não queria que se revelasse as ignóbeis condições que cercaram o impeachment? Para proteger o governo ilegítimo de Temer? Proteger os cúmplices do golpe? Os financiadores do golpe? Setores da mídia que insuflaram o golpe?", indaga Dilma, em nota

Dilma Rousseff - Foto: Agência Brasil
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A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) emitiu nota na tarde desta terça-feira dizendo que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, protegeu o deputado federal Eduardo Cunha, então presidente da Câmara, e escondeu a verdade sobre o golpe de 2016. "O ex-Juiz Moro, atual Ministro de Bolsonaro, se defende atribuindo as divulgações da Vaza Jato à falsificações de hackers. Neste caso particular, os fatos desmentem seus argumentos, mostrando de forma incontroversa sua perseguição ao PT e sua descarada parcialidade. OS TELEFONES CELULARES DE EDUARDO CUNHA NÃO FORAM APREENDIDOS, E ISTO É UM FATO QUE NÃO DIZ RESPEITO A HACKERS. Independe da Vaza Jato. A pergunta é por que o ex-juiz Moro não queria que se revelasse as ignóbeis condições que cercaram o impeachment? Para proteger o governo ilegítimo de Temer? Proteger os cúmplices do golpe? Os financiadores do golpe? Setores da mídia que insuflaram o golpe?", indaga Dilma. Leia a nota na íntegra. UMA PROVA MATERIAL Moro não pode negar: ele protegeu Eduardo Cunha, não apreendeu seu celular, e com isso escondeu a verdade sobre o golpe de 2016 Um dos fatos mais graves que mostram o viés político e a parcialidade do ex- Juiz Moro, hoje Ministro da Justiça de Bolsonaro, foi revelado em nova reportagem do Intercept, em parceria com o site BuzzFeedNews. Fica evidente que Moro orientou o chefe da força-tarefa, Deltan Dallagnol, a não pedir a apreensão dos telefones celulares de Eduardo Cunha, diferentemente do que ocorreu em relação a outros réus. Dallagnol recebeu, no dia 18 de outubro de 2016, instruções do ex-juiz Moro, em conversa pessoal. No mesmo dia, informou aos seus colegas procuradores o resultado dessa conversa com Moro: “Conversamos aqui e entendemos que não é caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações”, afirmou num aplicativo à sua equipe. Quais riscos? Riscos para quem? Que ponderações? No dia seguinte, 19 de outubro, Eduardo Cunha, o piloto do golpe que derrubou meu governo, por meio de um impeachment sem crime de responsabilidade, foi preso, condenado por corrupção, sem que seus celulares tenham sido apreendidos. O ex-Juiz Moro, atual Ministro de Bolsonaro, se defende atribuindo as divulgações da Vaza Jato à falsificações de hackers. Neste caso particular, os fatos desmentem seus argumentos, mostrando de forma incontroversa sua perseguição ao PT e sua descarada parcialidade. OS TELEFONES CELULARES DE EDUARDO CUNHA NÃO FORAM APREENDIDOS, E ISTO É UM FATO QUE NÃO DIZ RESPEITO A HACKERS. Independe da Vaza Jato. A pergunta é por que o ex-juiz Moro não queria que se revelasse as ignóbeis condições que cercaram o impeachment? Para proteger o governo ilegítimo de Temer? Proteger os cúmplices do golpe? Os financiadores do golpe? Setores da mídia que insuflaram o golpe? Isso não exclui que a razão do privilégio estivesse acrescida também da ânsia de poder de um juiz da primeira instância que procurava, a qualquer custo, evitar que o controle e o conhecimento dos fatos fugisse de suas ambiciosas mãos. Mas, sobretudo, queria esconder as razões espúrias do golpe de 2016. Tem razão o ex-senador Roberto Requião, que entende que o privilégio que Moro e os procuradores da Lava Jato deram a Eduardo Cunha impediu que a sociedade brasileira tivesse acesso a um arquivo de informações reveladoras sobre o golpe, quem o financiou e quem foi beneficiado. A manifestação de Requião: “A não apreensão do celular do Cunha impediu que tomássemos conhecimento das articulações do impeachment da Dilma, que interesses o financiaram e a quem aproveitaria?“É isto Moro? “É isto Dalanhol?” DILMA ROUSSEFF