Dirceu culpa mídia por decisão do STF

Em entrevista coletiva, o ex-ministro se disse "perplexo" com a possibilidade de acuamento do STF e se sente injustiçado, diz ter desistido de anistia e de participar da direção do PT

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Em entrevista coletiva, o ex-ministro se disse "perplexo" com a possibilidade de acuamento do STF e se sente injustiçado, diz ter desistido de anistia e de participar da direção do PT Por Redação  Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira, 30, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) se declarou perplexo com as declarações do ministro Ricardo Lewandowski de que o Supremo Tribunal Federal (STF) teria agido sob pressão da imprensa e votado "com a faca no pescoço". Ele é acusado de ser um dos chefes do esquema de compra de votos na Câmara dos Deputados, o "mensalão". O STF aceitou parte das denúncias – incluindo corrupção ativa – contra ele e contra outros 39 acusados pelo relatório do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. "No mínimo, o julgamento está sob suspeição. Como acusado, preciso medir as palavras. Mas estou perplexo, estupefato e quase em pânico. Isso é impensável em qualquer país", defendeu-se. Dirceu afirma temer por seu futuro e pela influência da imprensa sobre as decisões do Judiciário. "Estamos caminhando para a ditadura da mídia no país." Dirceu classifica como "injusta" a aceitação da denúncia contra ele pelo STF. Ele disse não pretender contestar judicialmente a aceitação da denúncia. Ele mantém a posição de negar que o mensalão existiu. "Leio e releio os votos dos ministros do STF, mas não encontro nenhum indício, nenhuma prova das acusações que foram feitas", disse Dirceu. "Estou com a consciência tranqüila, pois sou inocente. E isso ficará provado no julgamento do mérito." Dirceu afirmou ter desistido da campanha por anistia via Congresso Nacional. Dirceu ainda criticou a interferência do jornal O Globo no julgamento, já que durante uma das sessões no Supremo, quando os advogados dos suspeitos ainda apresentavam suas versões sobre o caso, um fotógrafo do veículo de comunicação flagrou uma troca de e-mails entre os ministros Ricardo Lewandowski e Carmen Lúcia, em que eles discutiam méritos do julgamento. "Foi uma interferência brutal", protestou. Congresso do PT Dirceu declarou, também, que não volta à direção do PT. "Eu já cumpri com minha obrigação com partido. O PT tem outros quadros", disse. Mesmo assim, ele deve comparecer ao evento, que começa nesta sexta-feira, 31 e vai até domingo, 2. O ex-ministro afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal não atinge o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem o PT. Segundo Dirceu, "nem o presidente nem o governo estão sendo julgados". Para ele, o PT "já pagou um preço por tudo isso". (Com informações do Vermelho e agências)