Ditadora boliviana pede a renúncia de todos os ministros e fala em “transição democrática”

Segundo uma de suas ex-ministras, a decisão de Áñez de se candidatar nas próximas eleições presidenciais contraria o discurso que o atual governo imposto pelos militares vinha defendendo até agora

Jeanine Áñez (Reprodução/YouTube)
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Neste domingo (26), a ditadora Jeanine Áñez, que assumiu o poder na Bolívia após o golpe de Estado de 10 de novembro de 2019, pediu a renúncia de todos os seus ministros. Segundo a senadora, que foi imposta como presidenta pelos militares, a decisão visa “preparar uma nova etapa da transição democrática”. No entanto, a medida aconteceu logo após a renúncia da ministra da Comunicação, Roxana Lizárraga, que não gostou do fato de Áñez se apresentar como candidata para a eleição presidencial, marcada para o dia 3 de maio. Lizárraga abandonou o cargo horas depois de Áñez anunciar oficialmente sua candidatura. Segundo a ex-ministra, a decisão de Áñez de competir contraria o discurso que o atual governo imposto pelos militares vinha defendendo até agora: “é claro que nosso governo transitório perdeu seus objetivos. Não se pode ocultar que o governo de Áñez está começando a cometer os mesmos erros que o MAS (Movimento ao Socialismo, partido de Evo Morales) vinha cometendo, ao querer continuar no poder”, afirmou Lizárraga. Por sua vez, Áñez afirmou, no comunicado que justifica o pedido de renúncia de todos os ministros, que “é comum que, nas vésperas da inscrição de candidaturas, sejam feitos ajustes na equipe de trabalho do Executivo, e é por isso que pedimos a renúncia dos ministros”.